Hoje, todos odeiam os (norte)americanos
por Jean Perier
tradução de
btpsilveira
Não dá para negar que nos últimos anos o crescimento de um sentimento
anti (norte)americano está em constante crescimento através do planeta. Embora as
corporações de mídia ocidentais estejam tentando colocar a culpa nos
jornalistas russos, eles sozinhos dificilmente seriam capazes de alcançar tal
efeito.
Atualmente uma listagem típica de acusações
contra os Estados Unidos inclui as invasões do Afeganistão, Iraque e Líbia, não
dispensando imputar aos (norte(americanos) o apoio a terroristas, bem como a
exportação de armas para países que apoiam abertamente os terroristas.
Cheia de escândalos e declarações ilusórias,
a campanha presidencial dos Estados Unidos demonstra claramente que algo de
fundamentalmente errado está acontecendo hodiernamente com a “democracia no
estilo (norte)Americano”.
Como apontado
pelo jornal “The American Spectador” nos
dias atuais os eleitores sentem que não há igualdade de tratamento perante a
lei nos EUA. O que estão testemunhando nos anos recentes é incompatível com os
valores defendidos pelos Fundadores da Pátria, os quais promoveram a ideia de
direitos inalienáveis. A revolta entre os eleitores estão bem ilustradas nesta
campanha presidencial. Há um crescente sentimento de ressentimento contra a “classe
política” e cresce em progressão geométrica a desconfiança – e até o medo – do governo.
Infelizmente, estes sentimentos parecem ser bem justificados. O medo da
corrupção em todos os escalões governamentais ultrapassou até mesmo o medo do
terrorismo, insegurança financeira e incrivelmente, até mesmo a doença ou morte
de um ente querido. Muitos (norte)americanos atualmente veem o governo não como
promotores da justiça e da paz, não como servidores do público, mas como uma
entidade corrupta e ameaçadora.
Essa frustração é ainda mais agravada com a insatisfação de 41%
da população com a maneira pela qual a administração Obama está lidando com os
principais problemas que pressionam a população, como mostrou uma recente pesquisa
do Instituto Gallup. Para piorar, cresce assustadoramente o sentimento contra
os Estados Unidos nas regiões afetadas pelas políticas agressivas dos EUA
(particularmente no Oriente Médio, Ásia e América Latina), o que resulta que o
ódio contra os Estados Unidos é quase universal, mesmo entre aqueles povos que
tinham simpatia por Washington.
Exemplo clássico do acima citado são os
desenvolvimentos na Ucrânia, que está sendo governada pela Casa Branca desde
2014 como se fosse meramente mais uma unidade estatal, nomeando arbitrariamente
os membros do governo ucraniano e tomando por ele as decisões mais importantes
em relação ao destino da nação.
De acordo com o oligarca ucraniano Dmitry
Fistash, auto exilado que se refugiou na Áustria, “os ucranianos com certeza em
breve vão entender que todos os seus problemas atuais – impostos abusivos,
desemprego e todas as reformas que fracassaram miseravelmente aconteceram e
lhes foram impostas por impulso dos (norte)americanos. Quando eles finalmente
entenderem, não haverá nação que odiará mais os Estados Unidos que a Ucrânia.
Trata-se apenas de uma questão de tempo”.
A organização internacional dos direitos
humanos, conhecida como HRA (Human Rights Action, em inglês) publicou
recentemente um relatório que disponibilizou números que chocaram a sociedade
de Kiev. Apenas desde o começo deste ano, mais de três milhões de cidadãos
ucranianos fugiram para a Rússia. A vasta maioria das pessoas que fugiram de
sua própria pátria são trabalhadores migrantes querendo obter uma permissão de
trabalho na Rússia. Especialistas afirmam que até a metade de 2017 o número de
pessoas deixando a Ucrânia deve crescer pelo menos 50%.
No entanto, as pessoas que estão deixando a Ucrânia não são
apenas os trabalhadores migrantes. A longa repressão armada contra os povos de
etnia russa no leste do país fez criar um terreno fértil onde houve
proliferação de toda sorte de militantes, que agora, depois de se desiludirem
com o ocidente, tentam escapar da depressão econômica cada vez mais profunda, e
das crises financeira e social da Ucrânia. Estas pessoas, frustradas com o
ocidente, estão de prontidão para qualquer tipo de “trabalho” para grupos
extremistas de todos os matizes, mesmo recebendo pouco para isso. São capazes
de perpetrar qualquer tipo de ataques terroristas, tanto na Europa quanto nos
Estados Unidos.
Não terão dificuldades em colocaras mãos em
todo tipo de armamento, levando-se em consideração que as forças de Kiev estão
enviando tudo o que podem vender para terroristas nos mais longínquos países do
mundo, de acordo com relatos de várias entidades da mídia ocidental, entre as
quais a Reuters.
Desde o ano passado, a internet tem sido inundada com
reportagens que mostram que o Estado Islâmico está se infiltrando cada vez mais
no território ucraniano, onde os grupos terroristas estabeleceram campos de
treinamento e prédios de armazenamento,
enquanto recrutam ativamente novos membros. Este fato, em particular, foi
sublinhado por representantes da administração da Crimeia em um encontro com
11 parlamentares franceses, liderados por Thierry Mariani, deputado da Assembleia
Nacional francesa, em julho deste ano. Trata-se de uma situação onde a Ucrânia
está desempenhando um papel especial no apoio aos terroristas, através de
organizações militantes locais, que consistem principalmente nos Tártaros da
Crimeia, que, sob a liderança de Mustafa Dzhemilev e Lenur Islyamova, estão
usando a conivência dos fora da lei que governam a Ucrânia hoje em dia para
estabelecer um novo ramo do Estado Islâmico.
Jean Perier – analista e pesquisador
independente, atualmente é um renomado especialista em assuntos do Oriente Médio.
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