A imprensa financeira e
seus próceres: fobias, fábulas e fracassos nas eleições dos EUA
pelo Prof. James Petras
tradução de btpsilveira
A burocracia dos Estados Unidos e seus fantoches estridentes
da imprensa empresa inventam sistematicamente narrativas que nada tem a ver com
a realidade política e tudo com sua visão alucinógena do mundo. As reportagens
antes e depois das eleições trançam uma tapeçaria confusa de fantasia e ficção.
Discutiremos aqui as mais perniciosas dessas espantosas
fobias e fábulas, bem como seus previsíveis fracassos.
1 - O Colapso do Capitalismo
“Economistas de peso”, especialistas e
paparicados editorialistas estão convencidos de que a eleição de Donald Trump
deve “levar ao Colapso do Capitalismo (COC)”.
Eles citam a campanha de Trump como tendo atacado a
globalização e acordos comerciais, bem como as pancadas “impensadas” desferidas
contra os especuladores. Na realidade, Trump tem criticado um tipo específico
de capitalismo. Os “eruditos” não conseguem enxergar a variedade de capitalismo
que constitui a base da economia dos Estados Unidos. Como estão com seus
focinhos mergulhados no cocho, a visão desses “especialistas” esteve limitada;
balançando alegremente as caudas encaracoladas, escrevem fórmulas inúteis em
quadros negros; seus enormes traseiros parecem vir antes de suas bocas.
Atarefadíssimos, conseguiram ignorar o fato de que Trump glorifica o
capitalismo nacional.
O
que Trump segue é o legado de protecionismo das políticas dos Estados Unidos,
estabelecidas por George Washington e Alexander Hamilton, levado a cabo nas
administrações de Franklin Roosevel e outros. O capitalismo esteve presente da
várias formas e foi promovido por protagonistas os mais diversos em diferentes
épocas de nossa história. Alguns líderes se esmeraram em defender setores como
a produção doméstica de energia, manufatura, mineração e agricultura, que
dependem profundamente do mercado de trabalho local. No entanto, o “pesadelo”
dos especialistas de uma derrocada do capitalismo com o surgimento de Trump
acabou se tornando uma espécie de prêmio para acionistas, com o índice “DOW”
(índice que mede o desempenho de 30 grandes empresas na Bolsa dos Estados
Unidos – NT) atingindo níveis recordes. Os monopolistas estão lambendo os
beiços e esfregando as mãos comas perspectivas de lucros enormes e
possibilidade de ainda mais fusões e aquisições.
Os maiores banqueiros bilionários apoiaram e financiaram a
Secretária Hillary Clinton, a Deusa da Guerra – “um milhão de dólares cada discurso”. Eles lutaram duramente contra
o nacionalista/populista Donald Trump e perderam. Seus manifestos pagos com
antecedência e endereçados aos leitores do jornal The New York Times foram um fiasco: muitos leitores e investidores
nos mercados domésticos colocaram suas apostas “em Donald”. Suas celebrações
domésticas foram ouvidas acima
do mercado depois das
eleições. O inimaginável aconteceu: George Soros apostou e perdeu! O eleitorado
“deplorável” preferiu o nacionalista desprezível ao especulador funesto. “Quem poderia imaginar?”
2 - A “Primavera de Manhattan” e seu código
colorido.
Desde perdedores eleitorais até golpistas de rua, os
especuladores e seus porta vozes lamurientos na imprensa forçam para derrubar o
processo eleitoral.
Contra dezenas de milhões de votos livres, os especuladores
bancam alguns milhares de manifestantes bêbados com as próprias ilusões, para
começar uma “Primavera de Manhattan” com, claro, seu código colorido, para
derrubar o presidente eleito. Enfeitados em preto como convêm aos “anarquistas
chic”, os vândalos de janelas e estudantes historicamente ignorantes são
energizados pela promessa de replicarem os golpes de Kiev ou Tbilisi. Tomas as
ruas, quebram algumas janelas e assinam milhares de “petições online” [enquanto
denunciam Trump como a reencarnação da “Kristalnacht” – (noite de 09 de
novembro de 1938, quando, na Alemanha Nazista e na Áustria dominada pelas
nazistas de Hitler, ouve uma série coordenada e orquestrada de atos violentos –
NT)]. A mídia trata de magnificar essa teatralidade toda, como se fosse algum
tipo de insurreição capaz de restaurar no trono a sua emancipadora e benfeitora
– a Joana D’Arc de olhos malignos dos fundos Hedge. Acontece que os perdedores
perderam e o que se espera agora é que Hillary tenha a decência de se retirar
da política e ir para casa contar seus milhões. Nessa esperança, o mercado de
ações subiu às alturas.
3. Os quatro maiores e mais influentes jornais
financeiros, o Wall Street Journal (WSJ),
o Financial Times (FT), o New York Times (NYT) e o Washington Post (WP) lamentam
profundamente o seu “Paraíso Perdido”.
Já vai longe o tempo em que a Rússia era o vassalo apodrecido
dos EUA, sob o governo do bêbado Boris Yeltsin 1991 – 2000, e que foi a fonte
de muita pilhagem para o ocidente. A sua bile virou veneno, na forma de sua
Nêmesis (Deusa da vingança – pessoa que promove retaliação dura – NT) mais
representativa: Putin. A eleição de Putin levou a Rússia para uma
impressionante recuperação econômica e social. De uma “bandidocracia”
controlada pelo ocidente (leia-se EUA), a Rússia se tornou uma potência global
moderna, que assegura e defende sua soberania e seus interesses nacionais. Já
passou a época em que os economistas de Harvard podiam retirar milhões da
Rússia através de suas várias fundações “democráticas” e que os banqueiros
ocidentais podiam pilhar bilhões usando oligarcas criminosos. Os estrategistas
do Pentágono desmantelaram as bases russas nos países vizinhos do antigo Pacto
de Varsóvia e instalaram em seus lugares bases da OTAN, bem nas fronteiras da
Rússia.
Os funcionários do Departamento de
Estado dos EUA derrubaram os regimes pró Rússia da Ucrânia, Georgia e até em
lugares tão distantes como a Líbia. Não passou de simples brincadeira
desenfreada para o harém (norte)americano de jornalistas e acadêmicos
prostituídos, até que Putin chegou para acabar com a farra. Mesmo assim, nas
vésperas das eleições nos Estados Unidos os “Clintonetes” e sua coorte no
Partido Democrata e na imprensa lançaram a mais frenética e insana campanha de
ataques contra Vladimir Putin, acusando-o de financiar a campanha de Trump, de
hackear os e-mails inseguros e bagunçados de Hillary e Bill Clinton com o único
intuito de minar as eleições nos EUA, de bombardear hospitais cheios de
crianças na Síria, de estar se preparando para invadir a Polônia e a Letônia,
etc, etc, etc... O único fiapo de verdade que existe nos escritos dos vassalos
de Clinton na imprensa, é que aquilo de que acusam Putin reflete a mais
sangrenta e bem documentada realidade das políticas de Hillary Clinton.
O modelo de Clinton para a democracia Russa é o presidente Bêbado, Boris Yeltsin, financiado e apoiado por facínoras que se banquetearam no corpo exangue da falecida URSS. Acontece que Vladimir Putin foi eleito sucessivamente com grande maioria e seu governo tem sido muito mais representativo do eleitorado russo que as ações da perdedora contumaz, Hillary Clinton (sem contar que Putin tem apoio de mais de 80% do povo russo – NT). A Rússia não “invadiu” a Ucrânia ou a Crimeia. Quem na realidade fez isso foram os Estados Unidos, conforme a “boca-de-penico” Victoria Nuland, Sub Secretária de Estado para Assuntos Europeus, que se gabou de ter gasto a bagatela de cinco bilhões de dólares para instalar o neo-fascista-cleptocrático regime através de um golpe, apoderando-se da Ucrânia e desprezando olimpicamente as preocupações da União Europeia... Tristemente célebre ficou o seu comentário (gravado em segredo e posteriormente revelado) feito para o embaixador dos Estados Unidos sobre as preocupações da União Europeia: “F**a-se a União Europeia”!
Nestas alturas, a bolha da realidade forçosamente surgirá
acima do lodo: Putin jamais financiou Trump – o bilionário financiou a própria
campanha. Por outro lado, Clinton foi bancada por déspotas Sauditas,
bilionários Sionistas e por banqueiros de Wall Street. A imprensa empresa, os
jornais WSJ, FT, NYT e WP, obedeceram caninamente e serviram da mesma comida
rançosa ao povo, desenterrando velhas anedotas sobre o sexismo de Trump, para
apoiar a nossa agridoce Madame Strangelove de olhos esbugalhados, que nunca
pensou duas vezes antes de massacrar impiedosamente milhares de mulheres
muçulmanas em seus próprios países. A mídia celebrou a opção nuclear de Madame
Clinton para a Síria (“a zona de exclusão aérea”), ao mesmo tempo em que
ridicularizava a proposta de Trump de negociar uma solução possível com Putin.
A campanha da mídia a favor de Clinton acusou rudemente Trump
de ser um safado Machista, Racista, preconceituoso contra muçulmanos, ignorando
deliberadamente a história sangrenta da Secretária de Estado Hillary Clinton,
que semeou bombas e destruição, matando dezenas de milhares de mulheres no
Oriente Médio e África, fazendo com que centenas de milhares entre os dois
milhões de empregados subsaarianos antes trabalhando na Líbia fossem empurrados
para barcos caindo aos pedaços no Mar Mediterrâneo.
Quem, na mídia favorável à Madame Clinton se dispôs a contar
as milhões de pessoas desalojadas, ou os 300.000 mortos foram resultado da
invasão da Síria por mercenários, promovida pelos Estados Unidos? Onde estão as
feministas, que agora desenterram as “conversas de banheiro masculino” de
Trump, quando milhões de mulheres e crianças de cor foram mortas, mutiladas,
estupradas e desalojadas pelas sete guerras de Madame Clinton? Se lhes fosse
dada uma escolha, a maioria das mulheres preferiria se defender das palavras
estúpidas de um misógino qualquer que da ameaça de um drone assassino de
Clinton/Obama que transformaria suas famílias em pedaços de ossos, carne e
sangue. Não dá para comparar as palavras estúpidas de jovens cheios de
testosterona com uma história de crimes de guerra sangrentos.
É muito mais fácil denunciar figurinhas carimbadas como Xi
Jinping, Vladimir Putin e Donald Trump que analisar a fundo as consequências
das políticas da candidata Madame Clinton. A mídia empresa, subserviente com os
Clinton, ondulou a bandeira dos “conflitos com trabalhadores” e colocou sob os
holofotes a “exploração capitalista” ao descrever a China, a Rússia e os
negócios do presidente eleito Donald Trump. Ocorre que a sua perspectiva é a do
“Império Unipolar”. Citam os protestos de trabalhadores não sindicalizados nas
fábricas chinesas ou camponeses lutando contra empreendedores rapaces.
Eles lembram de corrupção em vendas de petróleo na Rússia.
Encontram indícios de emprego de trabalhadores imigrantes baratos nas
construções de edifícios de Trump. A mídia descreve e defende ardorosamente os
separatistas de Hong Kong. Tecem loas e entoam cânticos para os terroristas
Uigures, Chechenos e Tibetanos como “lutadores pela liberdade” e “libertários”.
Não conseguem apreender que, por mais difíceis que sejam as explorações de
trabalhadores nos exemplos que citam, isso é muito menos horripilante que o
sofrimento terrível experimentado por milhões de camponeses e trabalhadores
locais ou imigrantes que foram mutilados, mortos ou tornados desempregados e
sem teto pelas bombas nas campanhas de bombardeio dos Estados Unidos contra a
Líbia ou na invasão/destruição do Iraque, Afeganistão e Síria. As histórias de
“exploração-anti-capitalista-de-trabalhadores” dos títeres da mídia contra
Trump, Putin e os chineses não passam de retórica propagandista enganosa
destinada a engabelar esquerdistas, influenciar liberais e reforçar convicções
conservadoras, jogando com o sofrimento infligido aos nacionais dos adversários
ao invés de destacar as conquistas imperiais, obtidas à custa de notórios
crimes contra a humanidade.
Estes escribas
financeiros são muito seletivos em suas críticas à exploração econômica: eles
denunciam adversários políticos e ao mesmo tempo se esfalfam para produzir
reportagens sonolentas e histórias “culturais” sobre os “gostos ecléticos” da
elite. Suas páginas culturais nos finais de semana podem até eventualmente
conter algum tipo de crítica contra algumas práticas predatórias dos magnatas
das finanças ao lado dos textos laudatórios sobre algum escultor extravagante
ou o sucesso alcançado por livros de algum escritor descendente de imigrantes.
Porém dia após dia, a mesma mídia financeira publica “puxasaquismos explícitos”
disfarçados como reportagens sobre predadores capitalistas, militaristas e
senhores da guerra imperiais. Eles amenizam os problemas e oferecem conselhos
para Wall Street, a City de Londres e aos monarcas dos Estados do Golfo. Eles
escrevem humilde e reverenciosamente sobre as fusões e aquisições de bilhões de
dólares que estabelecem um crescimento dos preços e efetiva monopólios. A
seguir, se voltar sarcasticamente contra os pronunciamentos do presidente
eleito, quando fala sobre os problemas dos trabalhadores e dos avanços contra
seus direitos – ele seria “um demagogo ameaçando o livre comércio...
capitalismo”.
O medo e a repugnância causados pela “selvageria”
de Trump, tornados tão evidente nos quatro mais prestigiosos órgãos de imprensa
dos Estados Unidos em língua inglesa, desaparece completamente quando se referem
à alegria da Secretária de Estado Hillary Clinton sobre a morte sob tortura do
infeliz Presidente Gaddafi pelos aliados jihadistas de Clinton. As implicações
globais e domésticas de ver a Secretária de Estado dos EUA expressando júbilo e
guinchando de alegria pela tortura e morte de uma pessoa nunca foram
devidamente analisados pela imprensa (norte)americana. Em vez disso, a imprensa
dos EUA cobriu apenas superficialmente a tragédia de milhões de imigrantes e
refugiados que jamais teriam abandonado seus empregos, lares e países se não
fosse a destruição que os Estados Unidos causaram no Oriente Médio e no Norte
da África. A mídia “respeitável” defende as práticas dos dirigentes
(norte)americanos que são diretamente responsáveis pelo sofrimento daqueles imigrantes,
que inundaram a Europa e ameaçam desestabilizá-la.
Os mesmos jornais que defendem os “direitos
humanos” de trabalhadores chineses que exercem suas funções nas fábricas
chinesas locais e também naquelas de propriedade de empresários dos Estados
Unidos, ignoram solenemente a tragédia de milhões de trabalhadores
desempregados que tentam sobreviver nas zonas de guerra impostas pelos Estados
Unidos e nos territórios ocupados por Israel.
Nas eleições nos Estados Unidos em 2016 os eleitores
estiveram agudamente conscientes da parcialidade criminosa da mídia empresária
e da corrupção que apodrece a elite política no entorno de Clinton.
A
elite que cerca Clinton e sua imprensa comprada denunciaram os eleitores de
Trump como “deploráveis” descaracterizando-os
completamente
Os eleitores de
Trump não estavam desempregados em grande número como realmente estão os
antigos trabalhadores industriais de salário mínimo, os racistas mal educados da
região central dos EUA, que foi destruída. Os “homens brancos raivosos”
constituíram apenas uma fração do eleitorado que votou em Trump. Ele recebeu o
voto de grande parte dos profissionais liberais de classe média suburbana, de
empresários e gerentes locais; de lojistas, proprietários de garagens e
empreiteiros de construção nas avenidas principais, que estão todos em viés de
baixa atualmente. Também a maioria das mulheres brancas votaram em Trump. Os
eleitores residentes em cidades, que tentam desesperadamente não sucumbir às
execuções de hipotecas que restaram das eras Bush/Obama, junto com estudantes e
a comunidade universitária mal paga – estudantes desesperados porque depois da
formatura talvez não consigam encontrar emprego estável e bem remunerado. Em
resumo, os proprietários de pequenas empresas que se encontram em estado
precário e empregados explorados e mal remunerados do setor de serviços
formaram uma grande facção daquela maioria que foi chamada insultuosamente de “deploráveis
racistas brancos raivosos” incorporados numa massa amorfa pela propaganda
eleitoral de Sanders e Clinton na campanha e na mídia.
Na sequência das eleições a mídia
maliciosamente amplificou o tamanho e significado das manifestações contra Trump.
Somando tudo, os manifestantes mal alcançaram o número de cem mil, em um
universo de eleitores que totaliza 100 milhões no país todo. A maioria dos
manifestantes foram estudantes brancos, militantes do Partido Democrata e ONGs
financiadas por George Soros. As manifestações jamais tiveram a magnitude dos
comícios pró Trump na campanha. A mídia, abertamente a favor de Clinton, sempre
ignorou olimpicamente o tamanho dos comícios de Trump, e atualmente não se dá
ao trabalho de fazer qualquer comparação. Só querem saber dos protestos após as
eleições, escondendo completamente a forma escandalosa pela qual o Comitê
Nacional do Partido Democrata manipulou o resultado das primárias sob a batuta
de Debbie Wasserman, enganando miseravelmente o candidato popular de esquerda
Bernie Sanders.
Em vez disso, a
mídia tem caracterizado as “Clintonetes” profissionais como ativistas políticos
ou feministas, ignorando o fato de que a maioria das mulheres trabalhadoras
votaram em Trump por razões meramente econômicas. Muitas mulheres Afrodescendentes
politicamente conscientes sabem muito bem que Hillary Clinton está profundamente
envolvida nas políticas de deportação que expulsaram do país dois milhões de
imigrantes e membros de suas famílias entre 2009/2014 e que destruíram e
barbarizaram milhões de mulheres de cor na África Central e do Norte por causa
da guerra de Clinton contra o governo de Gaddafi. Para milhões de homens e mulheres trabalhadores,
bem como para imigrantes – havia um “mal menor” – Trump. Para eles as
declarações chulas de Trump sobre mulheres ou desagradáveis sobre mexicanos são
muito menos perturbadoras que a história real das guerras brutais de Hillary,
que massacrou mulheres de cor na África e no Oriente Médio, e suas políticas
selvagens contra os imigrantes.
O mais esquisito
(embora temporário) aspecto da campanha suja desfechada contra Trump veio da
seção histérica da “Configuração do Poder Sionista” (CPS – ZPC na sigla em
inglês) pró Hillary e dos malucos do “Israel Primeiro” que acusaram
histericamente alguns nomeados por Trump de antissemitismo. Esses
propagandistas peçonhentos lançaram sobre o magnata da construção civil em
Manhattan um amontoado de adjetivos malignos: “fascista”, “misógino” “anti
Israel”, “apologista da supremacia branca e do Ku Klux Kan”. O antigo
comediante e agora senador por Minnesota Al Franken descreveu a crítica de
Trump contra os banqueiros de Wall Street e contra o setor financeiro como “apitos
para chamar cachorros” dirigidos a pessoas com sentimentos antissemitas,
chegando a afirmar que o candidato era um disseminador do “Protocolo dos Sábios
do Sião” em pleno século 21. O senador insinuou ainda, de forma quase
criminosa, que agentes antissemitas delinquentes teriam se infiltrado no FBI e
estavam trabalhando para minar a candidatura da preferida de Israel, Hillary
Clinton. Chegou a prometer que seria feito um expurgo no FBI na sequência da
vitória de Clinton. Desnecessário dizer que as declarações do senador,
devidamente publicadas (e rapidamente renegadas) a apenas dois dias das
eleições no jornal The Guardian não
foram exatamente uma ajuda para Clinton junto ao aparato de segurança dos
Estados Unidos. Parece que a história não é um ponto forte do senador
comediante Al Franken, que deveria saber bem o que acontece com quem ameaça o
estado profundo da segurança: seu antecessor no meio oeste, senador Joseph
McCarthy, foi rapidamente defenestrado para a lata de lixo da vida pública
depois de ter ameaçado os generais.
As acusações de
antissemitismo contra Trump são desesperadas e carecem de qualquer base. O time
de campanha de Trump incluiu proeminentes figuras judias e apoiadores de Israel (Israel-firsters
no original, no sentido de “primeiro Israel” - NT) e assegurou uma minoria de votos de judeus, especialmente entre pequenos
comerciantes que apoiam um protecionismo mais assertivo. Em segundo lugar, Trump
condenou claramente atos e linguagem antissemitas e não buscou apoio de nenhum
grupo extremista.
Em terceiro (e
previsível) lugar, a Liga Antidifamação Sionista (ADL na sigla em inglês)
pespegou em Trump um epíteto de “culpado
por associação” por causa de seu sólido criticismo contra as guerras dos
Estados Unidos no Oriente Médio, as quais Trump mostra corretamente terem
custado ao país mais de dois trilhões de dólares ($ 2.000.000.000.000) o que seria
suficiente para reconstruir toda a infraestrutura atualmente capenga dos
Estados Unidos, com a consequente criação de milhões de empregos domésticos. Para
a ADL, que parece ter a cabeça na Lua, as guerras dos Estados Unidos no Oriente
Médio reforçaram a segurança de Israel e assim qualquer oposição a tais guerras
é antissemítica e merece a pecha de “culpado
por associação”.
A filha de Trump,
Ivanka (uma convertida ao judaísmo), está casada dentro de uma família judia
ortodoxa com fortes laços em Israel; o clã Trump tem relações estreitas com a
elite israelense, inclusive com o ultra racista Netanyahu. As calúnias histéricas
lançadas contra o “antissemitismo de Trump” refletem apenas o fato de que o
mais proeminente e poderoso bloco judeu nos EUA “os 52 Presidentes da
Organização Judia (norte)Americana” investiram pesadamente em Hillary Clinton.
Não importam os custos, não importa que as terras palestinas sejam invadidas,
não importa quantos palestinos serão mortos ou aleijados pelos “vigilantes
judeus assentados”; o Estado de Israel sempre poderia contar com o apoio
incondicional de Hillary Clinton. O lobby judeu nos EUa não precisa de assinar “petições”
para a “Primeira Mulher” na
presidência; Madame Hillary tem e terá sempre a boa vontade antecipada de
Israel e sempre terá sua retórica eufemisticamente amenizada por aquele país.
No frigir dos ovos, a retórica
raivosa do senador Al Franken foi longe demais... sumiu do site do Guardian em menos de um dia. Sionistas influentes
viraram as costas para o senador comediante e a Organização Sionista dos
Estados Unidos dirigiu dura reprimenda à ADL por sua calúnia destemperada –
sentiam que Clinton poderia perder.
Os esforços de undécima hora da estrutura de poder Franken/sionista
para atacar duramente a Trump devem ter provocado respostas severas do “estado
profundo”. Não há qualquer dúvida que todos os serviços de inteligência,
militares e a elite dos serviços de segurança trataram de colocar as coisas nos
eixos. O FBI acabou trazendo à luz documentos muito prejudiciais relacionados com
a então Secretária de Estado Hillary Clinton, minando a candidatura de escolha
da ADL bem nas vésperas das eleições, sugerindo uma luta surda e interessante
por trás das cortinas do poder.
A súbita liberação de documentos comprometedores pelo FBI,
que provavelmente incluíram mensagens de Chappaqua (comunidade de Nova Iorque
onde vivem os Clinton - NT) para e de Tel Aviv, e que estavam ligadas de forma
tangencial ao congressista desonrado Anthony Weiner (antigo aliado de Clinton)
foi um golpe duro. O pessoal do gabinete de Netanyahu tratou de colocar léguas
entre eles e seus já nem tão favoritos, e é provável que tenham orientado os
líderes da AIPAC para isolar Al Franken e fingir que suas ameaças de causar um
expurgo no FBI nunca tinham acontecido. Claramente, estavam preocupados pelo
fato de que seus cães de guerra tinham ido muito longe e poderiam lançar toda a
comunidade de inteligência dos Estados Unidos em um viés de hostilidade contra
Israel.
O balão de ensaio lançado por Al Franken e ADL murchou e
desapareceu. O aparato de inteligência colocou o último prego no caixão das
aspirações de Clinton à presidência. Posteriormente ela chegou a acusar o FBI
de ter arruinado sua candidatura – insinuando algumas verdades de forma
simplista. Queridinha dos sionistas até o fim, jamais Hillary identificaria ou
castigaria os insanos e incompetentes provocadores sionistas que no final,
acabaram por levar o estado profundo a ficar contra Madame Secretária não mais
Candidata Clinton.
Últimas considerações:
Já que Clinton não levou o “grande
prêmio”, a Estrutura do Poder Sionista vai simplesmente mudar de lado: o antigo
“candidato antissemita” Trump se transformará
como por artes de magia no “melhor amigo de
Israel na Casa Branca”. Nenhuma das 52 organizações sionistas na liderança
dos judeus nos EUA se juntaram aos protestos de rua.
As fobias, fábulas e fracassos da
imprensa financeira e seus próceres perderam as eleições, mas logo estarão de
volta, lutando esforçadamente para tornar o presidente eleito Trump um campeão
do livre mercado global.
http://www.globalresearch.ca/trump-and-the-collapse-of-capitalism-coc-foibles-fables-and-failures-the-financial-press-and-its-keepers/5558610
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