Sobre ONGs, CIA e o Império
(norte)Americano
A
CIA recrutou a Irmandade Muçulmana para lutar uma Guerra por procuração contra
a União Soviética no Afeganistão, o que acabou por levar à retirada dos
soviéticos do Hindu Kush. Desde então, a CIA usou os mercenários para lutar
outras guerras por procuração nos Balcãs, na Chechênia e no Azerbaijão. Por
causa das guerras de agressão contra o Iraque, Líbia, Síria e Iêmen, os Estados
Unidos e seus estados vassalos criaram a violência sectária que levou a guerras
civis. Neste instante, a CIA e a Irmandade Muçulmana estão presentes na forma
do Estado Islâmico na Síria e no Iraque.
A entrevista a seguir tem seu foco no
último livro de Engdahl em alemão “As ONGs e seus arquivos secretos”
(Geheimakte NGOs). A entrevista é conduzida pelo Dr. Ludwig Watzal, jornalista
e editor, que vive em Bonn, Alemanha e dirige o blog bilíngue http://betweenthelines-ludwigwatzal.com/.
…………
Acredito que
podemos concordar quanto ao fato de que a CIA é a maior organização terrorista
do mundo. Depois da Segunda Guerra Mundial, é difícil encontrar qualquer golpe
de estado ou insurreição organizada que aconteça sem contar com a “mão amiga”
da CIA. Pelo que entendi de seu livro, nos últimos 25 anos, a CIA contou com a
ajuda de alguns minions na forma de ONGs. Por favor, você poderia discorrer
sobre isso?
William Engdahl: Durante a presidência Reagan
alguns escândalos muito graves acabaram se tornando públicos sobre as operações
sujas da CIA mundo afora. Chile, Irã, Guatemala, o ultra secreto projeto
MK-Ultra, que tinha a ver com o movimento estudantil durante a guerra do
Vietnã, apenas para citar alguns. Para afastar da organização os holofotes, o
diretor da CIA Bill Casey propôs a Reagan a criação de uma ONG “privada”, um
tipo de intermediário que se apresentasse como organização privada, mas na
realidade, como definiu um de seus criadores, o falecido Allen Weinstein em uma
entrevista para o Washington Post “fará o que a CIA faz, mas reservadamente”.
Foi assim que surgiu a ONG denominada “Fundação Nacional para a Democracia” (National
Endowment for Democracy – NED) em 1983. Rapidamente outras ONGs direcionadas por
Washington foram acrescentadas, como a Freeedom House, ou a Open Society
Foundation (George Soros), o United States Institute of Peace e assim por
diante.
O dinheiro para tudo isso veio através da USAID
(Agência [norte]Americana para o Desenvolvimento Internacional – United States
Agency for International Development), do Departamento do Estado, para esconder
sua origem. Cada grande regime atacado pelo governo dos Estados Unidos desde
então, entre eles o Solidarnosc, na Polônia, o golpe de Yeltsin apoiado pela
CIA, a Revolução Laranja na Ucrânia em 2004, as insurreições no Tibete em 2008,
a Primavera Árabe de 2011 até hoje – todos foram elaboradas por este grupo de
ONGs muito bem selecionadas. Não é de se admirar que países como a Rússia e
China ou Hungria elaboraram leis que proíbem essas “ONGs indesejadas”
Você cita Allen
Weinstein, coautor do ato de fundação da ONG NED, como dizendo: “muito do que
estamos fazendo agora era feito pela CIA há 25 anos”. Essas ONGs como a NED,
CIPE, USAID, NDI, para não citar as da rede de Soros, a quinta coluna da CIA?
WE: Como já me referi antes, posso dizer que sim,
em minha opinião. Invariavelmente, estas ONGS rodam a pauta da política externa
de Washington. Coincidência? Não acredito.
A sua crítica está
focada algumas ONGs dos Estados Unidos ou você também inclui todas as
organizações não governamentais em geral? Não há entre essas ONGs todas algumas
dirigidas por pessoas de boa fé e ações nobres que querem realmente espalhar a
democracia pelo mundo?
WE: Isso é o diabo, no conceito de Bill Casey. Várias
operações realmente obscuras e antidemocráticas da CIA estão ocultas por trás
de bandeiras agitadas em nome dos “direitos humanos” e tem sido realmente
efetivas para a agenda global de Washington de derrubar regimes que se recusam
a cooperar pelo mjundo inteiro. Na realidade, a CIA tornou os direitos humanos
uma arma. Curiosamente, os regimes úteis para Washington como a Arábia Saudita,
nunca foram incomodados com invectivas pela democracia. Acontece que os bilhões
de seu petróleo financiam a pauta terrorista global de Washington.
Recentemente tivemos o caso da ONG falsamente
democrática conhecida como Capacetes Brancos (White Helmets) na Síria, onde sua
propaganda é usada em cooperação íntima com o Estado Islâmico, para justificar
a guerra liderada pelos Estados Unidos contra o regime eleito de Assad.
Conforme os relatos disponíveis o White Helmets recebe dinheiro através da
Fundação Soros, do governo do Reino Unido e dos Estados Unidos, e é criatura do
antigo funcionário britânico de inteligência do exército James Le Mesurier.
Seus vídeos sobre atrocidades supostamente cometidas pelos sírios têm sido
expostos repetidamente como falsos, com o uso de atores. Seu vídeo sobre o
suposto ataque com gás sarin mostrando integrantes da organização prestando primeiros
socorros sem proteção, supostamente lidando com vítimas de gás sarin sem a
roupa protetiva HAZMAT é uma farsa, uma falsidade atroz que foi exposta
largamente como tal por reais especialistas HAZMAT em efeitos do gás sarin.
As ONGs políticas de Washington – e em alguns
casos, da União Europeia – conseguem ser efetivas porque podem atrair muitas
pessoas bem intencionadas. Há pouco tempo recebi uma carta muito tocante de uma
médica europeia que trabalhou por 18 meses, com a melhor intenção humanitária com
os Doutores Sem Fronteiras no Sul do Sudão, antes que conseguisse sua
independência, apoiado pelos Estados Unidos. Ele estava muita grata depois de
ter lido meu livro sobre as ONGs, porque pode entender todas as instruções que
na ocasião lhe pareceram irracionais, dadas pelo líder (norte)americano dos
Doutores Sem Fronteiras para a equipe. Ela saiu por causa da exaustão extrema e
agora sabe exatamente dos motivos. Doutores honestos estão sendo usados por
Washington para rodar pautas políticas secretas. O Sul do Sudão virou um alvo
porque a China estava recebendo a maior parte de seu petróleo (que sai) dali
via Cartum.
Claro que nem todas as ONGs estão fazendo o
trabalho da CIA. Coloco minha ênfase naquelas com uma agenda política oculta,
as quais, como descrevo em meu livro, usam os direitos humanos como arma e a
democracia mundial para fins desonestos.
Em 1984, o
bilionário dos fundos de investimento, George Soros, implementou em Budapeste a
Fundação Soros. O alvo preferencial era a Polônia. O Papa João Paulo II e o
presidente dos EUA Ronald Reagan se encontraram no Vaticano em 1982 para
discutir a desestabilização do bloco comunista. Esse empreendimento também teve
a ver com a Fundação Soros?
WE: Em 1988 a Fundação Soros implantou a Fundação
Stefan Batory em Varsóvia para treinar ativistas cujo principal objetivo era
derrubar o regime comunista. Eles desempenharam um papel central na “Construção
da democracia” e imediatamente após o colapso do governo do General Czeslaw
Kiszczak na Polônia em agosto de 1989. Soros trouxe a “Terapia de Choque” do
economista Jeffrey Sachs da Universidade de Harvard para a Polônia para
impulsionar a privatização de empresas estatais, criar a hiperinflação e abrir
a porta para o leilão dos ativos estatais para investidores ocidentais amigos
de Soros por uma micharia.
Os dois capítulos
da pilhagem da antiga União Soviética pela CIA, Soros e seus rapazes de Harvard
em cooperação com o clã Yeltsin e antigos oficiais da KGB é absolutamente
chocante. Por favor, discorra sobre esse empreendimento ao estilo da máfia.
WE: Tenho que remeter os leitores ao livro, onde
esses acontecimentos foram objetos de estudos comparados até a exaustão.
Resumidamente, a CIA, sob a direção do então presidente George H. W. Bush
administrou os acontecimentos para corromper vários altos funcionários,
generais da KGB, os quais recrutaram uma rede de jovens da Komsomol ou União
Comunista (Komsomol quer dizer “união da juventude comunista” em russo, através
da aglutinação do início das três palavras da frase [Коммунистический союз молодёжи - Kommunisticheskiy Soyuz Molodiozhi] neste caso, aparentemente o entrevistado se refere à mesma organização quando
diz “Komsomol or Communist Union” – NT) com novos
protegidos como Boris Berezovsky e Mikhail Khodorkovsky para se tornarem “oligarcas”
escolhidos a dedo para pilhar os ativos estatais por uma ninharia, quando
comparada com o seu valor real. Esse escândalo infame ficou conhecido como “voucher”,
que avaliou todo o ativo estatal, incluindo petróleo e gás, companhias de
fabricantes de máquinas, de alta tecnologia, tudo por um valor menor que 16
bilhões de dólares. Eles literalmente estupraram a Rússia para fazer ganhos
pessoais. A CIA e sua rede de bancos ocidentais como o Riggs Bank em Washington
permitiram que eles lavassem o dinheiro fora da Rússia. Até eu mesmo fiquei
chocado quando verifiquei os detalhes dessa operação sórdida. Foi um crime.
Yeltsin era o menino de recados deles. Diziam que enquanto ele estivesse
suprido de vodka de qualidade era garantido que faria tudo o que Soros e seus
rapazes de Harvard quisessem.
Interessantemente, o presidente G. H.
W. Bush, antigo diretor da CIA, ordenou três ações simultâneas de desestabilização
através da ação de ONGs no mesmo ano, 1989. A três foram: Rússia, China (Praça
Tiananmem) e Iugoslávia. O livro traz tudo isso muito bem documentado.
Depois
que Vladimir Putin sucedeu a Boris Yeltsin como presidente da Rússia, ele
imediatamente interrompeu o saque da Rússia. Você acha que isso pode ser uma
das causas pela qual a classe política em Washington tanto odeia e demoniza
Putin de maneira quase irracional?
WE: Putin veio de uma facção russa
nacionalista (em oposição àquela que foi chamada de cosmopolita ou
internacionalista) da KGB e o seu sucessor. Ele sabia muito bem que tinha que
agir sorrateiramente até que seu domínio estivesse seguro. Em 2000, quando
Yeltsin foi forçado a se “aposentar” tranquilamente ou encarar revelações
embaraçosas, Yeltsin foi convencido a nomear Putin como presidente de fato.
Havia uma guerra surda e não
declarada contra a noção de uma nação/estado estável na Rússia desde antes de
1917. O fundador da Stratfor, George Friedman, um dos analistas
(norte)americanos de geopolítica mais bem informados e antigo consultor do
Pentágono e da CIA, entre outras organizações, deu recentemente uma entrevista
depois do golpe de estado da CIA na Ucrânia, ao qual Friedman chama de “o golpe
mais escandaloso na história dos Estados Unidos”. Caso você se lembre, foi
aquele no qual Viktoria Nuland, Secretária de Estado Assistente dos EUA
ofereceu biscoitos para manifestantes na Praça Maidan e que manifestou todo o
seu enorme desprezo pela União Europeia quando de seu telefonema para o
embaixador dos Estados Unidos em Kiev.
Firedman sublinhou o que eu já tinha
documentado em vários outros livros de minha autoria como Mit der Ölwaffe zur Welmacht (tradução aproximada do alemão: Usando
o Petróleo para a Dominação Mundial - NT), que a política externa dos Estados
Unidos por pelo menos o último século, quando emergiu do declínio do Império
Britânico tem sido a prevenção a qualquer custo do surgimento de interesses
econômicos e cooperação entre (especialmente) Alemanha e Rússia. O mundo teve
que enfrentar duas guerras mundiais por causa desse desafortunado dogma
geopolítico dos Estados Unidos, um dogma herdado dos britânicos e do pai da
geopolítica britânica, Sir Halford Mackinder.
A razão pela qual Washington tanto
odeia e demoniza Putin é que ele trabalhou essencialmente para estabilizar a Rússia
como uma grande nação, o que já é uma verdade, como posso atestar do alto de
quase 25 anos de experiência pessoal. Como resultado da demonização promovida
por Washington, a influência de Putin parece se tornar cada vez maior –
primeiro com a China, depois com as nações da Eurásia, África, Oriente Médio,
Ásia e até as Filipinas e América Latina. O mundo está ficando de saco cheio
com a pauta (norte)americano de guerras intermináveis, abertas e por procuração
pelo mundo inteiro. Se olharmos bem de perto por trás das palavras de Trump,
muito rapidamente encontraremos os mesmos velhos e degenerados oligarcas e seu
assim chamado estado profundo, de burocratas não eleitos desempenhando seu
trabalho.
O
desmantelamento da Iugoslávia foi uma tragédia. Os alemães, sob o governo do
chanceler Gerhard Schoeder e seu infame ministro de relações exteriores Joschka
Fischer juntaram forças com Clinton para derrubar o presidente sérvio Slobodan
Milosevic. Nesta operação à maneira de golpe de estado, também, havia ONGs
envolvidas? Qual sua estratégia?
WE: Sim. Dê
uma olhada na carreira de Mr. Fischer a seguir. A partir de um capanga nos
protestos de 1968 se tornou coroado pelos Estados Unidos e sua grande imprensa
como um estadista, aparentemente como uma recompensa por fazer o Partido Verde
votar pelo bombardeio da Iugoslávia em 1999. Depois de deixar o gabinete,
Fischer ganhou um posto de professor honorário em minha Alma Mater, Princeton.
Mais tarde, George Soros convidou Mr. Fischer para integra o seu think tank
Conselho Europeu para Relações Exteriores.
No decorrer da derrubada de Slobodan
Milosevic, o governo dos Estados Unidos e seu seleto grupo de ONGs, entre as
quais a NED e a Fundação Soros organizaram, financiaram e treinaram líderes
estudantis escolhidos e outros, em um golpe que teve sucesso, sob o nome de
Otpor! (Resistência!), com o seu logo hoje universalizado de um ameaçador punho
cerrado. Transcrições em sérvio dos escritos de Gene Sharp sobre a ação não
violenta foram usadas pelos principais líderes que foram treinados pessoalmente
pelo parceiro de Sharp no exército dos EUA, coronel Robert Helvey nos encontros
em locais secretos para evitar a polícia. Otpor! Recebeu somas que foram posteriormente
estimadas em mais de $30 milhões de dólares de organizações vinculadas ao
governo (norte)americano como a NED, International Republican Institute (IRI) e
USAID. A destruição da Iugoslávia já estava planejada desde 1980 por
Washington, primeiro com Bush sênior, depois com Clinton. O objetivo era criar
uma guerra na Europa que justificasse a presença contínua da OTAN, cuja razão
de ser depois do colapso da União Soviética era difícil de justificar para os
contribuintes (norte)americanos ou para os europeus, que estavam planejando a
criação do European Defense Pillar, organização independente e sem a presença
da OTAN. Tanto para Washington quanto para o influente complexo industrial/militar
tal independência era nada mais nada menos que Tabu! O segundo objetivo era
estabelecer uma forte presença militar dos Estados Unidos mais tarde implantada
em Kosovo, chamada Camp Bond Steel.
Quando
as massas árabes foram para as ruas de Túnis, Cairo e Trípoli, a imprensa e a
classe política ocidental ficaram entusiasmadas. Finalmente, democracia,
liberdade e direitos humanos encontraram seu caminho no mundo árabe. Aquelas
sublevações foram espontâneas ou foram organizadas e orquestradas a partir de
forças exteriores?
WE: A primavera árabe inteira foi
secretamente planejada e financiada por Washington pelas ONGs que financia. A
então Secretária de Estado Hillary Clinton foi peça chave, ao lado de sua
esquisita assistente da Irmandade Muçulmana, Huma Abedin. A RAND Corporation,
think tank do Pentágono responsável pela criação da técnica de agitar as
multidões como abelhas, usando para isso o facebook e as mídias sociais para
conduzir protestos, também teve um papel relevante.
Os grupos estudantis de protesto no
Egito foram treinados pelos Estados Unidos, mais uma vez usando transcrições de
Gene Sharp. Eles foram levados para a Europa para serem secretamente treinados
pelos líderes da Otpor!.
No caso da Líbia de Kaddafi,
considerou-se que era necessária uma mudança de regime urgente, como revelam os
famosos DCLeaks e Wikileaks emails de Hillary para seu assessor privado Sidney
Blumenthal. Kaddafi, ao contrário do que faz parecer sua imagem demonizada,
construiu na Líbia o mais alto padrão de vida para a África. Ele incentivou a
criação de uma aliança de bancos centrais muçulmanos e a introdução de uma
moeda lastreada em ouro para comércio de petróleo, abandonando o dólar
(norte)americano. Ele queria fazer isso em aliança com Ben Ali, da Tunísia e
Mubarak, do Egito. Como Hillary escreveu para Blumenthal, isso tinha que ser
bloqueado a qualquer preço. Os meios para “bloquear” foram o bombardeio ilegal
da Líbia e o assassinato de Kaddafi, e o resultado foi transformar a Líbia em
um monte de escombros. O plano original do Departamento de Estado/Pentágono/CIA
previa a derrubada imediata de outra pedra no caminho de Washington, logo
depois de Kaddafi, que era Bashar al Assad na Síria. A segunda parte do plano até
agora não funcionou bem para os planejadores em Washington e uma grande
tragédia humanitária está crescendo depois de seis nos de uma guerra que é, na
essência, liderada pelos Estados Unidos.
Nos
velhos dias, os conquistadores eram acompanhados pelos missionários. Hoje, os
neo colonizadores ocidentais vêm com centenas de ONGs, que devem ensinar aos
indígenas como supostamente funciona a democracia ocidental. Você pensa que
essas ONGs servem aos interesses desses povos? E quanto às ONGs alemãs,
especialmente cheias de uma besteirada ideológica que arrastam. Por exemplo, na
forma de uma suposta perspectiva integrada da igualdade de gêneros. O que você
acha?
WE: Penso que é adequada a analogia
com os missionários “cristãos” do passado e os ONGs “democráticas” ou de “direitos
humanos”. Não tenho competência para comentar as atividades das várias ONGs
alemãs. Meu foco principal é Washington, o poder hegemônico atual e fonte de
muita coisa destrutiva, infelizmente.
No
início e no fim de seu livro você se refere ao duplipensar de George Orwell que
expõe: “Guerra é Paz, Liberdade é escravidão, Ignorância é poder”. Vivemos em
um tempo em que os significados originais das palavras abrigam conteúdo
divergente? Os Estados Unidos e seus estados vassalos estão disparando guerras
em nome da democracia e destruindo nações com essa retórica democrática?
WE: Foi por isso que achei adequado
citar Orwell. Seu livro 1984, de muitas maneiras é uma descrição de que se tem
permitido acontecer com nossas democracias ocidentais, especialmente na
Inglaterra e nos Estados Unidos.
If you could give the NGOs
a piece of advice, what would you tell them?
WE: Para as pessoas honestas e de boa
fé que foram apanhadas pela retórica bonita sobre valores, direitos humanos e
tal, eu sugeriria que olhassem mais de perto de onde vem o dinheiro que nutre a
ONGs de sua preferência. Para a NED ou as fundações de Soros eu poderia sugerir
que fariam um favor à humanidade fechando suas portas permanentemente. Deixem
que as nações e indivíduos decidam por si mesmo sobre seu futuro, sem a
interferência indevida de vocês. Poderia ainda dizer, parafraseando Cromwell ao
Parlamento Britânico, “Vocês, ONGs de direitos humanos, Vão! Vocês estão aqui
por mais tempo que permite o bem que por acaso tenham feito. Partam, digo eu, e
deixe-nos lidar com o que fizemos com vocês. Em nome de Deus, saiam!”
Sr.
Engdahl, obrigado pela entrevista.
WE: Agradeço a vocês pelo interesse e pelas
excelentes questões.
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