UM RAIO DE ESPERANÇA
A paisagem (norte)Americana tem sido desoladora
desde que os neoconservadores tomaram conta da política externa dos EUA durante
o regime Clinton e começaram duas décadas de crimes de guerra que definem o que é o século 21 para os Estados Unidos e desde que as grandes corporações do
país traíram a força de trabalho da nação, movendo os empregos
(norte)americanos para a Ásia
O quadro se tornou ainda mais sombrio quando o
regime Obama fez renascer a Ameaça Russa e elevou às alturas a perspectiva de
um conflito militar entre duas potências nucleares.
A Europa foi surpreendida no meio da confusão. Em
circunstâncias normais os países europeus deveriam insistir com Washington para
que cessasse as provocações gratuitas contra a Rússia. Acontece que não existe
isso de “circunstâncias normais”. Desde o final da Segunda Guerra Mundial, os
países europeus têm sido vassalos submissos sem independência econômica ou
política externa.
A Europa abriga bases militares dos Estados Unidos
que ameaçam a segurança da Rússia. O continente tem apoiado as guerras de
agressão de Washington contra a Sérvia, Afeganistão, Iraque, Líbia, Síria, os
ataques dos EUA contra províncias do Paquistão e o uso da Arábia Saudita por
Washington para lutar uma guerra por procuração contra o Iêmen.
Têm ainda apoiado as sanções econômicas gratuitas
dos Estados Unidos contra o Irã e a Rússia, sanções estas que custaram muito
para a Europa e pouco para os EUA.
Acostumada a impor sua vontade aos europeus,
Washington compromete a Europa sem sequer consultar os governos vassalos. Mas
desta vez parece que a extraordinária arrogância e húbris de Washington deu com
os burros n’água. Confrontada com uma nova rodada de sanções contra a Rússia,
Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia disse a Washington que já
passou o tempo em que Washington podia colocar seus interesses em primeiro
lugar, desprezando os interesses europeus.
As novas sanções terão consequências devastadoras,
econômica e politicamente para a Europa. Juncker disse que “se as preocupações
europeias não forem tomadas suficientemente em conta, estaremos prontos para
agir de forma apropriada, dentro de alguns dias”.
Os ministros de relações exteriores da Alemanha e
da França acrescentaram seu apoio a Juncker. O ministro alemão disse: “não faz
parte dos direitos dos (norte)americanos julgar ou estipular como as companhias
europeias devem entrar em cooperação com terceiros – particularmente com as
companhias energéticas russas”.
O ministro francês de relações exteriores disse que
“as sanções contradizem a lei internacional” devido ao seu “alcance extraterritorial”.
A Europa vê corretamente as sanções como sendo uma
ferramenta da política industrial dos Estados Unidos para alavancar os interesses
do comércio (norte)americano em detrimento dos interesses comerciais da Europa.
Vamos esperar agora que a arrogância de Washington
não lhe permita recuar e que a Europa lhe mostre o dedo médio em riste,
desligando-se do Império (norte)Americano. Sem a Europa para abrigar suas bases
militares e papaguear sua propaganda enganosa, a capacidade de Washington de
ameaçar a Rússia pode declinar significativamente. De fato, uma continuação da
atitude ameaçadora de Washington contra a Rússia pode deixar os Estados Unidos
isolados no mundo. Nenhum país quer se arriscar a enfrentar uma guerra nuclear
só para fazer os gostos do unilateralismo dos Estados Unidos.
Os europeus finalmente perderam a paciência? Oxalá!
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