Confusão em casa e fora dela: Israel e Estados Unidos escalam a guerra contra o Irã


Texto de Philip Giraldi no site Strategic Culture Foundation – tradução btpsilveira
Enquanto o impacto combinado do corona vírus e a destruição total da história e cultura (norte)americanas continua, ou pelo menos de sua parte branca, é bonito de se ver que outras nações se juntam ao jogo que levará à eliminação de facto da civilização ocidental. Ninguém conseguiu ainda chegar ao nível de destruição sem sentido ou dos saques pelos heróis do movimento vidas negras são importantes (VNI) e Antifa, mas as multidões na Inglaterra estão atacando policiais e estátuas, entre elas a de Winston Churchill que teve seu cenotáfio (túmulo honorário, tumba vazia, sepulcro simbólico – Cenotaph no original em inglês – NT) que homenageia os mortos do país na Segunda Guerra Mundial vandalizado. Em outro incidente bizarro que demonstra a ignorância fundamental dos destruidores, um memorial dedicados àqueles que morreram na Batalha de Worcester na Guerra Civil Inglesa em 1651 sofreu “danos significativos” com as letras “BLM” (Black Lives Matter – Vidas Negras são Importantes – NT) pintadas no letreiro.

A mais ridícula das demandas dos AJS (Ativistas pela Justiça Social – SJW Social Justice Warriors em inglês – NT) talvez seja a que surge do nonsense etno-racista que induziu jornalistas e políticos a ficar de joelhos implorando perdão, seja o argumento de que o Arco de Tito em Roma, que está no local há dois mil anos deveria ser destruído porque um de seus painéis mostra a parada triunfal que exibia o saque conseguido pelos romanos depois da captura de Jerusalém no a no 70 depois de Cristo. Michael Weiner, da Universidade Yeshiva, escrevendo na revista israelense “The Forward” afirma que “... da mesma forma que Colombo, Robert E. Lee e o Rei Leopoldo II, o Arco de Tito também tem que ser derrubado. Não há desculpas para a Itália por manter, financiar e exibir orgulhosamente uma estrutura que celebra a destruição de Jerusalém, o deslocamento forçado dos judeus para fora de seu país e o incêndio do Templo... Como uma antiga ferramenta de propaganda para glorificar as guerras sangrentas dos romanos e um emblema moderno da perseguição cristã contra os judeus, o Arco de Tito é um símbolo cruel.”
Ocorre que parece que Weiner nem faz ideia, ou mais provavelmente nem se importa, é com a ironia considerável de sua denúncia da subjugação romana da Judeia, enquanto ignora solenemente o genocídio real e contemporâneo do povo palestino pelos seus correligionários em Israel. Isso demonstra que, uma vez iniciado o jogo da destruição, qualquer um com qualquer queixa pode se juntar ao jogo destrutivo. O dano cresce exponencialmente, pois toda reclamação idiota se auto justifica.
Caso as confusões atuais revertam em algo parecido com normalidade, o que provavelmente emergirá no final será uma coalizão de queixosos que aprenderam rapidamente que, destruindo as coisas indiscriminadamente para fazer a população se sentir culpada faz com que você possa roubar seu dinheiro e propriedades facilmente, o que é muito mais fácil do que ter que ter que agir razoável e aceitável. Não importa o que será chamado futuramente de “Nova Política”. Sempre parecerá muito com o Partido Democrata rastejante de Nancy Pelosi ou com o Partido Trabalhista inglês sob seu novo líder distópico, Keir Starmer. A sagrada missão eterna de ambos parece ser tentar livrar o mundo inteiro do antissemitismo.
Seja como for, e aceitando-se que o mundo não acabará no ano que vem ou pouco depois, a distração promovida pelo vírus e pelas manifestações foram providenciais para que o consiglieri da administração Trump, Mike Pompeo, e seus aliados estrangeiros, pudessem aprontar safadezas mundo afora. Na verdade, conseguiram várias oportunidades de “matar dois coelhos com uma cajadada só”, com condenações às relações de China e Venezuela com o Irã, o que permitiu atacar vários “inimigos” ao mesmo tempo.
A China está completando seu acordo comercial da “Nova Rota da Seda” com o Irã, que reduzirá o impacto das sanções dos EUA. Enquanto isso, o Irã está suprindo a Venezuela de produtos refinados de petróleo. Washington trabalha duramente para atrapalhar os dois eventos, ameaçando até usar sua legislação contra terrorismo para interceptar tanques que, embora de propriedade grega, transportam combustível iraniano em águas internacionais.
A questão real sempre foi se os EUA e Israel atacarão o Irã agora ou daqui a pouco, mas as fontes suspeitas de sempre em Washington que alimentam o New York Times para a publicação dessas peças de política externa inventadas do ar, agora estão sugerindo que a conduta adotada poderá ser chamada de “gestão progressiva de conflito”, que consistirá em uma série de “ataques clandestinos de quase guerra” destinados a “abater os generais mais proeminentes da Corporação dos Guardas da Revolução Islâmica (IRGC na sigla em inglês – NT) e arruinar as instalações nucleares iranianas.”
Brian H. Hook, enviado especial do Departamento de Estado para o Irã, descreveu a insípida política do governo dos Estados Unidos para o Irã, asseverando: “percebemos que historicamente a timidez e a fraqueza levam a mais agressão iraniana”. Além disso, em ano eleitoral, “progressivo” soa melhor que guerra real e ainda esconde a realidade de que Israel já está atacando o Irã e seus aliados, quase diariamente, ajudado por um Congresso (norte)americano muito beligerante.
A atitude dos Estados Unidos contra o Irã só um pouquinho mais sutil que a do Estado de Israel, e consiste na tentativa de destruir a economia do país através do bloqueio de suas exportações de petróleo e do setor bancário. Na semana passada um tribunal em Washington, Capital, citou a “legislação anti terror” para judicar contra o Irã, atribuindo $879 milhões de dólares como indenização por danos para os sobreviventes e seus familiares, do pessoal atingido pelo ataque às Torres de Khobar em 1996 (ataque terrorista em território da Arábia Saudita – NT). O Irã nega qual2uer envolvimento e não há a menor evidência de que o país tenha se envolvido no ataque terrorista. As vítimas, de qualquer forma, terão enormes dificuldades em receber o numerário, pois as contas iranianas nos EUA já foram congeladas há tempos pelo Tesouro dos Estados Unidos.
A “Guerra de Gestão Progressiva” mostra uma situação na qual os Estados Unidos e Israel seguem deliberadamente um plano para jogar na lona o governo iraniano e ao mesmo tempo arruína seu programa nuclear. Os EUA continuam aplicando cada vez mais pressão econômica através do aumento do uso de sanções, enquanto Israel bombardeia regularmente os iranianos e seus aliados na Síria e no Líbano. Os dois governos creem que a combinação de força militar e sanções econômicas pode eventualmente forçar o regime iraniano a básica e efetivamente entregar os pontos sem que seja preciso uma escalada para uma guerra aberta e real.
O único problema com esse teatro é que Israel, aparentemente, já começou a atacar diretamente grandes instalações de pesquisa e desenvolvimento dentro do Irã, fazendo isso ao que tudo parece através de mísseis disparados ou de aviões de combate ou de navios no Golfo Pérsico. Os dois ataques aconteceram em 02 de julho de 2020, um diretamente contra instalação de pesquisa nuclear em Natanz e o segundo atingindo um centro de pesquisa alegadamente para o desenvolvimento de mísseis em Parchin. Nenhum dos ataques teve destaque na mídia ocidental, mesmo levando em conta que representam uma escalada significativa no conflito entre Israel e Irã, com consequências potenciais profundas.
O jornal The Times, mais uma vez confiando em fontes anônimas de “um funcionário da inteligência ocidental no Oriente Médio com conhecimento do episódio”, eventualmente relatou que Natanz não foi alvo de ataque cibernético como fora anteriormente sugerido, mas por uma “bomba poderosa” que pode muito bem ter sido plantada no edifício por agentes israelenses. Assume-se que o “funcionário no Oriente Médio” era israelense e fontes da mídia israelense confirmam que Parchin foi atingida por mísseis disparados a partir de um avião F-35 da Força Aérea Israelense, o que sugere que Benjamin Netanyahu não está exatamente preocupado com o que seu governo fez.
A questão é que os Estados Unidos e Israel querem levar a guerra contra seu inimigo número um mas estão calibrando suas ações de forma que pareçam estar agindo de forma moderada. Aceitam que o Irã retaliará, mas creem que também seja de forma a não intensificar o conflito. Na realidade, tomar atitudes para destruir a economia de uma nação é tão ato de guerra quanto atacar suas instalações usando bombas plantadas por espiões ou lançadas de aviões. Já existe uma guerra em pleno andamento, mas a cortina de fumaça providenciada pelo coronavírus e pelos conflitos da organização Black Lives Matter significa que ninguém parece querer mais do que pode lidar, nem chamar os acontecimentos do que realmente são.

https://www.strategic-culture.org/news/2020/07/16/turmoil-home-turmoil-abroad-israel-and-us-escalate-war-against-iran/

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