Raios me partam,
Batman! Erdogan terá que sair!
Escrito por Finian Cunningham
Com tradução de NirucewKS063
http://www.informationclearinghouse.info/article43607.htm - RT O presidente da Turquia, ilustre sr. Recep Tayyip Erdogan acabou levando um belo chute na cara no decorrer da semana passada, desde a queda fatal de um avião de guerra russo. Ele arrogantemente desprezou as acusações de que estaria apoiando o terrorismo, e ainda por cima desafiou a Rússia a provar o que dizia. Bem... macacos me mordam, Batman!
Batman?
Sim, Batman. Não o herói mascarado das histórias em quadrinhos, com suas capas
esvoaçantes. Em vez disso, estamos falando de uma cidade do mesmo nome,
localizada na Turquia, região sudeste. É ali que está centrada a indústria
estatal turca de petróleo.
Também
podemos creditar a Batman (a cidade, não
o herói ;-) a duvidosa honraria de ser a rota preferencial de contrabando da
rede instalada pelo Estado Islâmico de acordo com imagens de vigilância
reveladas nesta mesma semana pelo Ministro da Defesa da Rússia.
Fotos
de reconhecimento aéreo mostram filas de milhares de caminhões tanques no afã
de transportar petróleo roubado dos campos pertencentes à Síria no leste do
país, e convergindo para a cidade turca de Batman, perto da fronteira síria.
Durante
os últimos dois anos, as operações de contrabando estão a pleno vapor, desde
que a organização alcunhada de Estado Islâmico (ISIL, ISIS, Daesh, os leitores
escolham aí), cravou as garras nos campos de petróleo no leste da Síria, nas
cercanias da cidade de Deir Ezzor. Já se calcula que o comércio ilícito rende
aos jihadistas para mais de 3.000.000 (três milhões) de dólares por dia, para,
claro, ajudar a pagar a sua guerrinha particular contra o governo da Síria,
representado pelo presidente Bashar-al-Assad.
Acontece
que petróleo contrabandeado precisa de um comprador para que o empreendimento
funcione. É aí que entra a Turquia. Nesta semana, antes dos dados revelados
desde a Rússia através de seu Ministro da Defesa, o presidente Vladimir Putin
já se cansara de repetir afirmações de que as autoridades turcas estavam
envolvidas na facilitação do comércio para o petróleo roubado pelos
terroristas. Na Conferência sobre Mudanças Climáticas em Paris o presidente
Putin afirmou aos líderes dos países presentes que essa facilitação foi um dos
fatores pelos quais os aviões turcos derrubaram um avião de guerra russo na
última semana, com um dos pilotos perdendo a vida, e outro soldado russo
morrendo durante as missões de resgate que se seguiram. O ínclito Erdogan
reagir bravamente às acusações, tachando-as de “calúnias”. Petulantemente, Erdogan desafiou a Rússia amostrar
suas provas.
“É inaceitável a acusação de que a Turquia
estaria comprando petróleo do Estado Islâmico e dizer isso é imoral”, disse
Erdogan. “Se você diz coisas como essa, tem que apresentar evidências. Caso
tais documentações existam – vamos examiná–las. Provados os fatos, renunciarei
à minha posição.”
Caso
Erdogan seja mesmo um homem de palavra – e isso é muito duvidoso – então tem
que começar a arrumar as malas de viagem. Agora.
Para
além de qualquer dúvida, as evidências mostradas pelos militares do alto
comando da Rússia, demonstram que a Turquia é peça central para a existência do
Estado Islâmico e seu comércio ilegal de petróleo, que financia suas atividades
terroristas.
O
Ministro Adjunto da Defesa da Rússia, Anatoly Antonov não mediu as palavras
sobre os dados revelados. Disse ele: “de acordo com as informações que
revelamos, os políticos da elite dirigente turca – o Presidente Erdogan e sua
família – estão envolvidos nesses negócios criminosos”.
Particularmente
incriminador nos dados relevados pela inteligência russa é que a rota operada pelo
Estado Islâmico no leste da Síria se destina à cidade turca de Batman. Batman é
o coração da indústria turca de petróleo. Ali estão localizados os maiores
campos de petróleo e também as maiores refinarias do país.
A
partir de Batman há cerca de 500 quilômetros de oleodutos rumando para o
ocidente até as cidades portuárias de Dortyol e Ceyhan, na Mediterrâneo, ambas
localizadas no Golfo de Iskenderun. O oleoduto, que tem a capacidade de
transportar 30 milhões de barris de petróleo por ano, é operado pela estatal
turca BOTAS Corporação Petrolífera, que é também sua proprietária.
É
no porto de Ceyhan que está licenciada e baseada a companhia de navegação BMZ, de
propriedade do filho do presidente Erdogan, Bilal, e outros membros da família.
A BMZ é a maior operadora turca no mercado global de petróleo.
O
jornal turco Today’s Zaman significantemente
relatou em setembro deste ano que a BMZ dos Erdogan(s) gastou cerca de 36
milhões de dólares na aquisição de dois novos navios tanques para elevar sua
frota para cinco. Acredita-se que os navios transportam muitas cargas de
petróleo para o Japão e outros países asiáticos. Não é de se admirar que o “negócio”
esteja crescendo.
Em
antecipação, Putin já respondera à negação de Erdogan de colusão com
terroristas no contrabando de petróleo, ao afirmar que “é bem difícil imaginar como
as autoridades turcas não estariam cientes do transportes de petróleo por suas
fronteiras, em escala industrial”.
Mas
agora, as imagens aéreas fornecidas pela Rússia mostram de forma inequívoca o
quadro completo do transporte massivo de petróleo que passa através da
fronteira turca para chegar às companhias estatais do país.
A
cumplicidade pessoal de Erdogan nestes crimes, através de sua família e do
negócio de transporte marítimo tornou sua resignação inquestionável. Além
disso, o presidente turco deverá enfrentar futuramente um processo pelas graves
violações do Direito Internacional além dos crimes de guerra.
Como
poderiam os norteamericanos desconhecer essas rotas de transporte de petróleo
em escala industrial? Por mais de um ano afora, desde que os Estados Unidos
supostamente iniciaram a campanha de bombardeio na Síria, alegadamente contra o
Estado Islâmico, o contrabando de petróleo só fez crescer, intocável durante
todo esse tempo.
O
presidente do Estado Maior dos Estados Unidos, general Joseph Dunford, afirmou
em depoimento ao Comitê do Congresso dos EUA que apenas nos últimos dois meses
o Pentágono resolveu atacar com seriedade as rotas do petróleo do Estado Islâmico.
Admitiu ainda que por mais de um ano o Pentágono não tomou qualquer atitude
porque não havia comunicação suficiente entre este e o Departamento de Estado.
Além de Dunford, o Secretário de Defesa dos Estados Unidos, Ashton Carter,
presente na mesma sessão de depoimentos ao Congresso, juntou-se ao presidente
do Estado Maior para afirmar que a decisão de não atacar os comboios de caminhões
carregando petróleo do estado Islâmico foi tomada para “não causar vítimas
entre civis”.
Essas
explicações não convencem ninguém. O fato inescapável que permanece iridescente
é o explanado pelo Ministro da Defesa da Rússia, Tenente General Sergey Rudskoy,
que colocou tudo em palavras: os Estados Unidos pouco ou nada fizeram até agora
para impedir o Estado Islâmico de comercializar petróleo roubado da Síria. A
Rússia, por sua vez, destruiu implacavelmente dezenas de instalações de
processamento de petróleo e para mais de 1.000 caminhões tanques utilizados
para seu transporte desde o início de suas operações militares, em apenas dois
meses – suas sortidas tiveram o condão de acabar até agora com cerca de 50% do
comércio ilegal de petróleo, de acordo com os militares russos.
Agora
que uma explicação estarrecedora da forma pela qual o Estado Islâmico e outros
grupos jihadistas estão financiando suas campanhas terroristas contra a Síria foi
apresentada pela Rússia, as perguntas passam a ter que ser respondidas nos
tribunais norteamericanos.
A
Turquia é membro da OTAN. A OTAN é uma organização que supostamente deveria ser
responsável pela manutenção da segurança na Europa. A Turquia certamente terá
que ser expulsa da OTAN pelo papel que desempenha ao financiar o terrorismo.
Como poderá a França, em particular, permanecer na mesma aliança militar com um
país que sabidamente está financiando os grupos terroristas que estão
envolvidos nos assassinatos em massa nas ruas de Paris apenas três semanas
atrás?
Neste
assunto todo, Washington e seus compar... digo, aliados, têm muito mais a
responder. Os comboios de transporte de petróleo que rumam ao norte da Turquia
são penas uma parte do gigantesco esquema ali armado, com a outra parte representada
pelos comboios que transportam armas e lutadores jihadistas na direção do sul
da Síria. Essa rede de terror exibe claramente a intervenção espúria das
inteligências dos EUA e do Reino Unido para ajudar o terrorismo, de acordo com
o jornalista norteamericano Seymour Hersh.
O
fornecimento contínuo de armamento pela Turquia para os grupos terroristas na
Síria, com a conivência da inteligência estatal turca está emergindo depois da
prisão na semana passada de dois jornalistas turcos que tiveram a audácia de
revelar a armação patrocinada pela Turquia no esquema petróleo-por-armamento.
As
provas apresentadas pela Rússia ultimamente colocam o mundo frente a frente com
uma escolha difícil, depois da revelação nua de quem está financiando e
provocando conflitos não só na Síria, mas em outros locais. A Turquia é
claramente um estado patrocinador do terror. Outros membros da OTAN estão
implicados até o pescoço. Se não houver sanções na forma da lei, saberemos que o
mundo está entregue sem resistência à barbárie e ao banditismo.
Finian Cunningham
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