“BONNIE E CLYDE” da politicagem (norte)americana moderna: Hillary e Bill Clinton
por Wayne Madsen
tradução: btpsilveira

De acordo com as informações geradas por e-mails hackeados, arquivos de computadores ou parâmetros da Lei da Liberdade de Informação, as revelações sobre as atividades comerciais e políticas de Hillary e Bill Clinton e seus vários comparsas estão mais relacionados não com o mundo moderno, mas com outra era, aquela da Grande Depressão de 1930, e com os crimes em série de outra dupla inescrupulosa: os “desesperados” ladrões de banco Bonnie e Clyde.
Hillary Clinton comandava seu lucrativo reino “extra-oficial” de política externa, através de servidores de e-mails e cadeia de e-mails de parceiros e lacaios, mas não se trata apenas disso. Ela, seu marido e a joint Teneo Capital/Fundação Clinton, produziram ações que berram a pleno pulmão a palavra “CORRUPÇÃO”.

Quanto aos servidores, não passam de mecanismos pelos quais os Clinton tocaram seu próprio jogo de “pague para jogar” (pay-to-play em inglês, uma expressão que significa o tráfico de influência cobrada, como por exemplo a possibilidade de pagar para ser bem sucedido em uma licitação – NT), operação extorsiva ante a qual até mesmo um contemporâneo de Bonnie e Clyde, Al Capone, chefe do crime em Chicago, empalideceria de inveja.
A Teneo, que dirige as operações de um fundo hedge e um serviço de inteligência privado que está abarrotado com antigos operadores da CIA, é onde trabalha a “melhor amiga” e conselheira de Hillary, Huma Abedin, que ali exerceu suas funções simultaneamente com o seu emprego na administração Obama, no Departamento de Estado.
A investigação levada pelo FBI, que examina 650.000 emails encontrados no laptop do antigo deputado por Nova Iorque, hoje caído em desgraça, Anthony Weiner, que também é o ex marido de Huma, é nada mais nada menos que a proverbial “ponta do iceberg”. Enquanto o FBI fuça através dessa montanha de emails encontrados no laptop, procura por aqueles de Hillary que não foram destruídos por seus assessores ou nunca foram “contabilizados”. Tudo isso reflete o núcleo da investigação do FBI contra a Teneo e a Fundação Clinton.
Cinco escritórios de campo do FBI estão investigando as extorsões praticadas pela Fundação e suas ligações estrangeiras com a Teneo. Os escritórios incluem Nova Iorque, Los Angeles, Washington DC, Little Rock, no Arkansas e Miami. Little Rock é o lar da Fundação Clinton, enquanto Nova Iorque é a base da Teneo. A inclusão do escritório de campo de Miami para a investigação Clinton é significante. Um dos maiores escritórios globais da Teneo está localizado em Bogotá, Colômbia.

Um fundo de investimentos colombiano secreto, “Fondo Acceso”, financiado pelo mega bilionário mexicano Carlos Slim e o magnata da mineração canadense Frank Giustra, é comandado pelo escritório de Bogotá da Fundação Clinton. Seguir o dinheiro colocado na Fundação Clinton pode mostrar ligações com o tráfico ilegal de narcóticos não só na Colômbia como em países vizinhos.

As atividades da Fundação Clinton em Bogotá e do “Fondo Acceso”, que ironicamente significa “fundo de acesso” e a Teneo parece estar concentrado no Centro de Negócios Chico, na capital colombiana. Por conseguinte, o envolvimento do escritório de Miami, na investigação dos recursos financeiros da Fundação Clinton, e pode-se incluir aí as doações de Slim e Giustra, fazem todo o senso do mundo.

A Teneo foi fundada pelo sócio de longo tempo de Bill Clinton, Doug Band, que trabalhou como conselheiro de Clinton na Casa Branca e posteriormente como assessor principal de Clinton na Fundação Clinton e na empresa associada Clinton Iniciativa Global. O irmão de Band é o médico que acompanha o ex presidente nas suas viagens internacionais. Douglas Band foi o personagem principal do lobby que trabalhou junto à futura administração Obama para a indicação de Hillary como Secretária de Estado.
O mandato exercido por Hillary no Estado lhe assegurou que a separação entre seu departamento, a Fundação Clinton, Clinton Iniciativa Global e Teneo fosse a mais tênue possível. O líder do “time de transição” de Clinton como Secretária de Estado foi organizado por Abedin, desde o Departamento até o lançamento da candidatura presidencial depois da eleição de novembro de 2012. A partir desse momento, Clinton, Abedin, Doug Band e John Podesta, chefe da campanha presidencial de Hillary, além de outros acólitos, ficaram empenhados em uma enxurrada de e-mails para 1) assegurar que todos os arquivos nos servidores privados (não encriptados) fossem ou eliminados ou tornados inócuos; 2) cortar oficialmente todos as ligações que existiam até então entre eles e a Fundação Clinton e Teneo; e 3) apresentar para o público um quadro de que tudo estava indo bem e legalmente durante o período em que Hillary exerceu seu mandato como chefe da política externa do Poder Executivo dos EUA.
Infortunadamente, todo o time de Hillary está sendo exposto com a publicação dos e-mails desde que a senhora Clinton tomou posse como Secretária de Estado até o posterior lançamento de sua campanha para a Casa Branca em 2013.
O quadro que emerge do exame dos emails é de uma equipe de gangsters dos tempos modernos, roubando tudo o que foi possível enquanto supostamente exercia um cargo público.
A mira do escritório do FBI de Nova Iorque está assentada também nas ligações da Teneo com outros aliados de Clinton. Foi a Teneo que aconselhou a MF Global Investment, de Jon Corzine, antigo governador democrata de Nova Jersey, quando a empresa estava desmoronando entre acusações de fraude contra Corzine, um amigo leal de Bill Clinton.Também é conhecido o fato de que Hillary teria avisado Obama sobre o servidor pirata, e então Obama passou a usar um pseudônimo.
Obama mentiu ao povo (norte)americano quando declarou que só soube da existência dos servidores de Hillary através de reportagens da imprensa.É por isso que não é de admirar que Obamatenha se recusado a condenar publicamente o diretor do FBI James Comey por relançar sua investigação sobre os e-mails de Hillary, baseado na descoberta de tráfico de informação adicional no laptop de Weiner.
Os presidentes que se enterraram profundamente em escândalos por mentir sobre “o que sei e quando fiquei sabendo” tiveram um empurrão adicional no naufrágio de suas presidências, como aconteceu com o desgraçamento de Richard Nixon, e também com Ronald Reagan e Bill Clinton, que quase tiveram desmoronados seus mandatos. Obama fez bem em não interferir nos muitos casos criminais do FBI que parecem crescer como uma onda gigantesca contra Hillary Clinton.
Os escândalos variados de Hillary envolvem também o envio de armas fabricadas nos Estados Unidos e no estrangeiro para jihadistas rebeldes na Líbia e na Síria, afrontando a legislação (norte)americana. Quando Hillary e Abedin supervisionavam as rebeliões jihadistas nos dois países, os Estados Unidos estavam sujeitos a um embargo de armas imposto pelas Nações Unidas contra os teatros de guerra civil nos dois países.
A súbita decisão em 05 de outubro de 2016, pelo Departamento de Justiça, de retirar todas as acusações contra o Grupo Turi de Defesa doAOrizona e também contra seu proprietário, Marc Turi, por ter violado a legislação dos Estados Unidos ao enviar armas não registradas para rebeldes líbios, algumas das quais foram transferidas para rebeldes sírios pela agência local da CIA em Bengazi, mostra que a Procuradora Geral Loretta Lynch queria que o “Caso Turi” desaparecesse antes da eleição de 08 de novembro.
O processo da Justiça Federal contra Turi e sua companhia deveria começar em 08 de novembro. O indiciamento de Turi aconteceu na Corte de Justiça do Distrito da Arizona em Phoenix. O Aeroporto Internacional de Phoenix foi palco de um encontro improvisado e altamente questionável, na pista do aeroporto, entre Bill Clinton e a Procuradora Geral Lynch em 27 de junho de 2016. Turi alega que a aprovação para o envio secreto de armas para a Líbia e em seguida para a Síria foi dada pessoalmente pela Secretária de Estado Hillary Clinton e recebeu luz verde da CIA.

Qualquer novo email ou nova evidência de que Hillary autorizou o envio ilegal de armas para terroristas jihadistas, já exigiria que o FBI ampliasse sua investigação, incluindo não só Hillary, como Bill Clinton e Lynch. Hillary pode ter violado uma lei federal ao permitir o envio de armas para partes beligerantes na Líbia e na Síria; Bill Clinton pode ter obstruído a justiça ao falar com a Procuradora Geral e Lynch pode ter violado sua fé de ofício ao usar abusivamente sua posição como principal responsável pela aplicação da lei nos EUA para favorecer uma conspiração para obstrução da justiça.

Sob vários aspectos, o escândalo Clinton se parece mais com o epísódio Irã/Contras que com Watergate. No caso Watergate, o acobertamento praticado por Nixon e seus acólitos foi pior que o crime original. No caso Irã/Contras, as armas contrabandeadas e o tráfico de drogas eram crimes equivalentes ao acobertamento que foi feito, incluindo o papel criminoso do então vice presidente George H. W. Bush no episódio inteiro. Com o “emailgate” dos Clinton, enviando armas dos Estados Unidos para terrorista e aceitando doações de governos estrangeiros desonestos, notadamente Arábia Saudita, Marrocos e Qatar, tudo é tão mau quanto a tentativa subsequente de encobertamento praticado por Hillary Clinton e os comparsas de seu marido.
Se todos esses acontecimentos lamentáveis são os que o FBI e seus escritórios em Washington, Nova Iorque, Little Rock, Los Angeles, Miami e possivelmente Phoenix estão investigando, o diretor do FBI tem todo o direito e o dever constitucional de informar ao Congresso e aos eleitores. Além disso, Comey tem todo o direito, senão o dever, de não avisar a gang Clinton do que ele e seu gabinete possam ter contra os investigados, aviso agora exigido por Hillary e seus apoiadores. Essas evidências podem vir a se tornar material para um futuro impeachment de Hillary do gabinete da presidência dos Estados Unidos, caso ela venha a ser eleita em 08 de novembro próximo.

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