O fluxo de refugiados mergulha a Europa na crise
por Pyotr
ISKENDEROV
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tradução por btpsilveira
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O problema dos refugiados na Europa se torna pior
dia após dia, apesar das tentativas de Bruxelas de desviar a atenção do
público usando os acontecimentos na Síria, na Ucrânia e nos países Bálticos, desencadeando
a histeria anti Rússia.
Quatro países europeus do centro e leste do continente –
Hungria, Polônia, República Checa e Eslováquia – declararam sua intenção de
selar suas fronteiras e bloquear a “rota dos Balcãs”, principal itinerário
usado pelos refugiados para se dirigir para o coração da Europa Ocidental. A
Áustria lidera o grupo de países, que são unidos pela história, pelo comércio
e interesses comuns regionais.
“Já que a Europa falhou na aplicação de uma
estratégia coerente, os países ao longo da rota dos Balcãs tem o direito
legítimo de proteger suas fronteiras”, disse ao jornal alemão
Der Spiegel o Ministro das Relações
Exteriores da Eslováquia, Miroslav Lajcak.
É difícil responder ao argumento. O sistema de
quotas de refugiados para relocação e reassentamento de solicitantes de asilo
entre Estados da União Europeia imposto pela Alemanha está provando ser
impraticável.
Há duas razões principais pelas quais o esforço
está antecipadamente condenado ao fracasso. Primeira, a medida, que irá afetar a Europa inteira, foi
preparada de modo precipitado, de qualquer jeito. Segunda, o problema que gerou o atual fluxo de imigrantes não foi
resolvido. O conflito na Síria continua. Pior: as atitudes imprudentes da
Turquia estão cheias de riscos de agravar os problemas em vez de solucioná-los.
Como disse Miroslav Lajcak, quando se
trata de problemas europeus, os Estados Europeus não devem contar com nem
confiar na Turquia. Também questionou a eficácia da distribuição de
refugiados entre os países europeus. “Isso só vai acrescentar um estímulo
adicional para a migração”, disse.
No último ano, a União Europeia não deu ouvidos a
Bratislava, que por sua vez não usou seu direito de veto. Na realidade, a
questão colocada pelo grupo Visegrad (V4,
grupo de quatro países do leste europeu – Hungria, Polônia, República Checa e
Eslováquia – NT) poderia ter sido completamente ignorado, não fosse a
Aústria. Os países componentes do grupo intitulado Europa Unida, que é
liderado pela Alemanha, não pode ignorar a posição da Áustria sobre o
assunto. Afinal, a Áustria compõe um dos pilares da integração europeia.
Apesar do aborrecimento de Berlin no último mês, quando a Áustria comunicou que limitará
o número de asilados na país a 37.500 em 2016, de pois de ter recebido 90.000
no último ano, o que poderá causar um acúmulo massivo de migrantes ao longo
da rota dos Balcãs, caso a Áustria feche suas fronteiras.
O Der Spiegel escreveu: “Os países do leste europeu estão em franco
curso de confronto aberto com a Chanceler alemã Angela Merkel. Os países do
grupo Visegrad querem o fechamento da rota dos Balcãs para os refugiados”.
Depois de aceitar a cota de 37.000 pessoas, a
Áustria fechará suas fronteiras para os refugiados, e então a Macedônia terá
que também impedir o fluxo de migrantes, disse o Ministro de Relações
Exteriores da Áustria, Sebastian Kurz na dia 12 de fevereiro. “A Áustria, ao lado da Suécia e da Alemanha,
faz parte dos três países que mais aceitaram refugiados até agora. Nossa decisão
fatalmente causará impactos nos Estados da assim chamada rota dos Balcãs,
Eslovênia, Croácia, Sérvia e Macedônia... a Macedônia terá que fechar
completamente o fluxo de refugiados”, conforme citação feita pela
emissora TV Macedonian referindo-se a fala do ministro alemão.
Depois de receber sua cota de 37.000 refugiados e
fechar suas fronteiras, a Áustria mandará forças policiais e militares sob o
comando direto das autoridades macedônias bem como providenciará toda a
assistência necessária, acrescentou o Ministro de Relações Exteriores da
Áustria.
A rota dos Balcãs flui através dos territórios da
Macedônia e da Sérvia. Os governos enfraquecidos destes países não são capazes
de tomar uma decisão independente. Como sempre, esperam instruções da
Comissão Europeia. Em seu caminho para os países europeus, os refugiados têm
que cruzar o território da Grécia. Isso cria um amontoado de contradições,
especialmente tendo em vista as imprevisíveis reações do governo de Ancara e
suas relações deterioradas com a
Grécia. Os acontecimentos em curso na Turquia e na Síria eclipsaram as
iniciativas da OTAN em relação aos refugiados. Os ministros da Defesa da
OTAN, reunidos no último encontro concordaram em usar sua força marítima no
leste do Mediterrâneo para ajudar no combate dos traficantes de pessoas. Os
navios deverão trabalhar em conjunto com mas guarda costeiras da Turquia, da
Grécia e da Frontex, agência de fronteiras da União Europeia.
Diferentemente da missão da marinha da União
Europeia na costa italiana, que recolhe os refugiados e os leva para o
litoral europeu, a OTAN faz os refugiados retornarem para a Turquia caso
sejam detidos em águas territoriais da Grécia. A força naval da OTAN está sob
o comando da Alemanha. Enquanto tenta apresentar a Alemanha como a melhor
amiga dos refugiados, uma liderança protetora de valores democráticos e “sociedade
aberta”, o governo de Angela Merkel inicia uma operação militar para interceptar
refugiados nas águas territoriais da Grécia. Os navios farão voltar para a
Turquia embarcações com dezenas de milhares de pessoas desprotegidas.
De acordo com o jornal francês Libération, cerca de
70.000 pessoas chegaram à Grécia oriundas da Turquia neste ano. O jornal
francês faz suposições de que não se tratam na realidade apenas de migrantes.
Foi o bastante para lembrar as massivas violações do espaço aéreo grego para
força aérea turca. Dados do exército grego mostram que a força aérea turca
violou o espaço aéreo grego por cerca de 2.000 vezes em 2015.
Crescem as preocupações da Grécia sobre as
constantes violações de seu espaço aéreo. O jornal cita o bem conhecido
analista político Georges Sefertzis, que afirma que as patrulhas da OTAN no
Mar Egeu podem prejudicar o frágil equilíbrio geopolítico na região. Além do
aumento das tensões na Síria, as relações grego/turcas passarão por um severo
teste, em particular sobre as disputas de fronteiras marítimas. De acordo com
Sefertzis, fazer com que os navios com refugiados retornem à Turquia é a
missão da OTAN, o que inevitavelmente dará origem a uma série de questões
espinhosas. A disputa que rola no Mar Egeu é sobre um conjunto de questões
controversas inter-relacionadas entre os dois países e sobre os direitos de
soberania e outros direitos na área do Mar Egeu. O padrão para águas territoriais está
atualmente em 12 milhas marítimas (22 km), conforme estabelecido no tratado
sobre Direitos Marítimos na Convenção das Nações Unidas de 1982 (art. 3º).
Porém no Mar Egeu as águas territoriais em disputa entre os dois países ainda
está em 6 milhas marítimas.
A possibilidade do aumento de 6 para 12 milhas
marítimas nos direitos sobre as águas costeiras entre os dois países faz
crescer as preocupações turcas quando à desproporcionalidade que isso iria
causar, aumentando grandemente os direitos marítimos da Grécia na região do
Mar Egeu em termos de espaço. A Turquia não quis se tornar membro da
convenção. Considera que a convenção é caso claro de res inter alios acta, ou seja, um tratado que só obriga as
partes signatárias, mas não aos demais. Como a Grécia é parte da
convenção, reserva-se o direito de aplicar a regra convencionada, e entende
ter o direito de estender suas águas costeiras para o limite de 12 milhas marítimas
quando quiser, mesmo ainda não tendo feito qualquer tentativa neste sentido.
A Turquia argumenta que o Mar Egeu é caso específico e que a aplicação da
Convenção e de suas regras estritas estendendo o direito dos países para 12
milhas feriria o princípio da equidade, dado o aspecto geográfico peculiar a
região. Não obstante, fora do Mar Egeu, a Turquia tem aplicado o limite
habitual de 12 milhas marítimas para suas costas.
Com estas disputas instáveis em mente, qual dos
dois países levantará primeiro a questão? Sefertzis acredita que as operações
da força naval da OTAN fará tornar a vir à tona o assunto das disputas de
direitos de fronteiras marítimas mais uma vez.
A deterioração das relações contraditórias entre
a Áustria e a Alemanha, o descontentamento cada vez mais acentuado dos países
do grupo Visegrad, a escalada das tensões entre a Turquia e a Grécia e a
intenção da OTAN de cada vez mais se aproximar militarmente das posições
russas na Síria são todos o cada um deles assuntos perigosamente implicados
no agravamento da crise europeia, que Bruxelas e Washington querem pintar
como algo exclusivamente relacionado aos problemas humanitários com a crise
dos refugiados.
Porém a
lista dos conflitos atuais e possíveis de ainda surgir não está completa. Por
exemplo: a Comissão Europeia quer que a Ucrânia receba 100.000 refugiados do
Norte da África e do Oriente Médio. Na visão de Bruxelas, partilhar o
problema seria uma boa medida da disposição de Kiev de aderir como membro da
União Europeia. A Sérvia é vista como centro regional com potencial para
acolher solicitantes de asilo no sudeste europeu. Talvez o país tenha que dar
refúgio àquelas pessoas que a República Checa e a Eslováquia se recusam a
permitir a entrada.
Publicado originalmente em: http://www.strategic-culture.org/news/2016/02/20/refugee-flows-plunge-europe-into-crisis.html
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1. TERRAPLANAGEM DE IDENTIDADES
ResponderExcluir.
Os Nazis-Económicos (nazis-made-in-USA) terraplanam Identidades atrás de Identidades Autóctones de forma insaciável...
-» Quando se fala no (legítimo) Direito à Sobrevivência de Identidades Autóctones [nota: Inclusive as de 'baixo rendimento demográfico'... Inclusive as economicamente pouco rentáveis...] Nazis-Económicos (nazis-made-in-USA) - desde há séculos com a bênção de responsáveis da Igreja Católica - proclamam logo: «a sobrevivência de Identidades Autóctones provoca danos à economia...»
[nota: os nazis-made-in-USA provocaram holocaustos massivos em Identidades Autóctones]
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Ora, de facto:
A elite da finança e das corporações está apostada em destruir a Nações.
Armadilhou o sul da Europa pelo endividamento, quer com a colaboração de políticos medíocres, quer fazendo os estados resgatar com o seu dinheiro a corrupção financeira. Eles querem destruir as soberanias... dividir/dissolver as Identidades para reinar... tudo para criarem uma "massa amorfa" de gente inerte, pobre e escravizada e assim melhor estabelecerem a Nova Ordem Mundial: uma nova ordem a seguir ao caos – uma ORDEM MERCENÁRIA (um Neofeudalismo)... ou seja, a 'Ordem Natural' que emerge de um 'barril de pólvora' (leia-se, o caos organizado pela alta finança).
---» Andam por aí muitas marionetas... cujo trabalhinho é 'cozinhar' as condições que são do interesse da superclasse - alta finança, capital global.
2. SOBREVIVÊNCIA DE IDENTIDADES AUTÓCTONES
Nazismo não é o ser 'alto e louro', bla bla bla,... mas sim... a busca de pretextos com o objectivo de negar o Direito à Sobrevivência de outros.
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Os 'globalization-lovers', EU-lovers e afins... que fiquem na sua... desde que respeitem os Direitos dos outros... e vice-versa!
Existem ´globalization-lovers´... e existem ´globalization-lovers´ nazis (estes buscam pretextos para negar o Direito à Sobrevivência das Identidades Autóctones).
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Uma questão é a ajuda a refugiados... uma outra questão são os NAZIS que usam a questão dos refugiados para propagandear/negar o Direito à Sobrevivência de outros...
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Pelo Direito à Sobrevivência das Identidades Autóctones:
-» http://separatismo--50--50.blogspot.com/
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P.S.
---» Outros Direitos que aqui o je vem divulgando já há alguns anos:
- O Direito à Monoparentalidade em Sociedades Tradicionalmente Monogâmicas: ver blog "http://tabusexo.blogspot.com/".
- O Direito ao Veto de quem Paga: ver blog "http://fimcidadaniainfantil.blogspot.pt/".