Grupo de Trabalho da ONU considera a Detenção de Julian Assange
Ilegal e Recomenda Compensação
Countercurrents.org
tradução btpsilveira
Um painel legal da ONU, o UN’s Working Group on Arbitrary Detention
(Grupo de Trabalho Sobre Detenções
Arbitrárias das Nações Unidas – NT) considerou que o fundador do Wikileaks,
Julian Assange, deve ter permissão para sair em liberdade e ser compensado por
sua “privação de liberdade”.
O painel afirmou que a detenção de Assange “deve
terminar, sua integridade física bem como seu direito de ir e vir devem ser
respeitados”. “Assange faz jus ao direito de compensação”, acrescentou.
O painel da ONU
continua: o fundador do Wikileaks foi submetido a “diferentes formas de privação
de liberdade”, primeiro quando foi preso e colocado em isolamento na prisão
londrina de Wandsworth por 10 dias em 2010. Sua privação de liberdade foi “contínua”
desde sua prisão inicial no Reino Unido em 07 de dezembro de 2010.
O painel também considerou
que houve “falta de diligência”
(eufemismo judicial para “má vontade” – NT) pelo gabinete da Procuradoria
sueca, o que acabou resultando na longa perda de liberdade de Assange. Três
membros do painel de cinco pessoas da ONU votaram a favor de Assange, enquanto
um rejeitou seu pedido e outro não tomou parte na investigação.
Assange – que tem 44
anos – corre o risco de ser extraditado para a Suécia por causa de uma acusação
de estupro – que ele nega – pediu asilo na embaixada equatoriana em Londres em
2012. Desde então, está detido arbitrariamente desde sua prisão em 2010, disse
o painel.
Falando em conferência
de imprensa através de um link de vídeo desde a embaixada, Assange disse que a
opinião do painel da ONU foi um “desagravo”, acrescentando: “a licitude de
minha detenção agora é assunto legalmente ultrapassado.”
Assange disse ainda que
foi “vitória significativa que fez surgir um sorriso em meu rosto”.
No entanto, o gabinete
de relações exteriores do Reino Unido disse que o relato “nada muda” e que
deverá “contestar formalmente a opinião do grupo de trabalho”.
O Secretário de
Relações Exteriores do Reino Unido, Philip Hammond, disse que Assange é um “fugitivo
da justiça”, acrescentando que ele pode sair “quando quiser”, mas que ainda
terá que enfrentar a justiça na Suécia.
A polícia afirmou que
fará “todos os esforços” para prender Assange se ele sair da embaixada.
O governo afirma que o
painel da ONU não vincula juridicamente a justiça inglesa e que um mandado de
prisão europeu continua em vigor – o que significaria que o Reino Unido
continua a ter a obrigação legal de extraditar Assange.
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