A Turquia quer permanecer na OTAN? Os Estados
Unidos querem a Turquia na OTAN?
Adam Garrie, em theDuran, tradução por btpsilveira
Numa coisa o presidente
Trump e o membro do parlamento turco e do partido do presidente Erdogan, Samil
Tayyar, concordam: em sua atual configuração, a OTAN está obsoleta.
Mas Tayyan vai ainda mais longe. Em declarações na sequência da aprovação da legislação que dará ao homem forte do país,
presidente Erdogan, poderes quase ditatoriais, o parlamentar
criticou asperamente a OTAN, da qual a Turquia é membro desde 1952.
Ele acusou a OTAN de de não ser diferente de outros
grupos terroristas que operam atualmente n Turquia, incluindo entre
eles as forças Gulenistas, passando a declarar:
“a OTAN sempre foi a responsável por muitas
ações sujas e sangrentas no país. O golpe militar de 1960 foi elaborado pelos
britânicos, o golpe de 1971 foi organizado pela CIA e o de 1980 pela OTAN”.
As
declarações, enquanto obtusas nos seus termos no âmbito das acusações,
demonstra as tendências atuais da Turquia que estão levando o país para fora do
campo de influência da OTAN e dos Estados Unidos.
Erdogan e seu
círculo mais próximo nunca se perdoaram os Estados Unidos pela alegada orquestração
do golpe fracassado do ano passado. Da mesma forma, Erdogan parece estar
genuinamente convencido que os Estados Unidos estão apoiando as forças
Gulenistas na Turquia.
Como
perguntei recentemente, “Donald Trump expulsará a Turquia da OTAN”? Minha
própria resposta imediata foi, “o próprio Erdogan está fazendo um trabalho
muito bom para tirar a si mesmo da OTAN”. Parece que isso adquire cada vez mais
foros de verdade.
Atualmente a
Turquia possui o Segundo maior exército da OTAN, mas com as inquietações
políticas internas e a hostilidade aberta contra a OTAN e os Estados Unidos na
Turquia, como podem a Turquia e os Estados Unidos ter esperança de continuar
uma parceria?
Embora a
Rússia esteja tentando, pelo menos em um nível político, transformar a Turquia
de um país produtor e exportador de atrocidades terroristas na Síria, em uma
potência que pode ajudar a levar as facções antigovernistas até a mesa de
conversações em Astana, Donald Trump, pelo contrário, nunca mencionou qualquer
desejo de ter a Turquia como aliada na guerra contra o terrorismo islâmico. Ele
menciona sempre apenas a Rússia.
Neste
sentido, podemos estar testemunhando o estranho fenômeno de ver a Turquia sendo
empurrada para perto da Rússia por razões pragmáticas e de manejo do poder
regional. Além disso, a Rússia parece ser um dos poucos países que ainda não
perderam a paciência com a Turquia.
A administração
Obama fez muito pouco para consertar suas relações com a Turquia, a não ser
negar rispidamente as acusações de Erdogan. Já Trump não parece particularmente
preocupado com a Turquia.
Como Trump vê
a Guerra da Rússia contra o islamismo radical como moralmente correta e
alinhada aos interesses dos Estados Unidos, o país pode ser voltar lentamente para
a Rússia por razões ideológicas.
Caso Trump
seja capaz de fazer a OTAN deixar de lado uma guerra fria contra a Rússia para
se tornar uma significativa força antiterrorista, então a Turquia pode ter um
pape preponderante a jogar nesse esquema. A Turquia sabe mais sobre o
terrorismo em lugares como o Iraque e a Síria que qualquer outro membro da
OTAN. Afinal de contas, da mesma forma
que os Estados Unidos, a Turquia fundou e ajudou muitos desses terroristas.
Se realmente
há uma esperança que os Estados Unidos possam , por assim dizer, “mudar de lado”
na Guerra contra o terrorismo, então a Turquia também pode, se não por outra
razão, pelo menos porque Erdogan não vai querer estar do lado perdedor do
história mais uma vez.
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