Resultado de imagem para children of YemenArmas vendidas pelos EUA matam uma criança a cada dez minutos

por Medea Benjamin, tradução de Nirucew063
Comentário do tradutor: as imagens colocados neste post são fortes, mas infelizmente verdadeiras. O Império do Caos, parodiando Pepe Escobar) não se importa de matar crianças de fome, desde que lucre. Vamos torcer para não começarem a morrer crianças brasileiras, como já aconteceu antes.

30 de dezembro de 2016 "Information Clearing House" Enquanto o mundo se queda transfixado pela tragédia épica que se abate sobre a Síria, uma outra tragédia – mantida escondida pela mídia – está matando crianças do Iêmen.


Atingido ao mesmo tempo por dois dos Cavaleiros do Apocalipse, a Guerra e a Fome, a cada 10 minutos uma criança morre no Iêmen de desnutrição, diarreia ou infecções do trato respiratório, relata a UNICEF. Outras 400.000 crianças que sofrem de desnutrição aguda podem morrer a qualquer momento se não receberem atenção médica imediata.

Por que há tantas crianças morrendo de fome no Iêmen?

Resultado de imagem para children of YemenDesde 2014, o Iêmen vem sendo destruído por uma guerra civil – uma guerra que foi exacerbada pela intervenção da Arábia Saudita, um aliado dos Estados Unidos. Desde 2015, os sauditas estão agredindo aquela nação, a mais pobre do Oriente Médio, com bombas de fragmentação e explosivos.

Os Estados Unidos estão ajudando os sauditas com a venda para aquele país de armas avançadas e providenciando serviço de inteligência e apoio logístico.

A campanha que já tem quase três anos de duração está matando milhares de iemenitas inocentes e espalhou uma grave crise humanitária. País deserto, o Iêmen importa 90% de sua comida. Mas graças a um bloqueio naval saudita e ao bombardeio da maioria dos portos do país, as importações despencaram.

Resultado de imagem para children of YemenA escassez resultante levou o preço da comida a subir demais. Enquanto isso, a guerra deixou milhões de pessoas desempregadas e deslocadas. Incapazes de comprar a comida com preço hiperinflacionado, eles são forçados a depender de ajuda humanitária para sobreviver.

Organizações privadas de ajuda e a ONU estão tentando se organizar para responder à crise, mas o impressionante número de 18.8 milhões de pessoas – de uma população total de 25 milhões – necessita de assistência. A situação está se tornando ainda pior na medida em que a guerra se arrasta e um inverno especialmente frio se aproxima.

Simultaneamente, uma Agência de Refugiados da ONU têm recebido menos da metade dos fundos de que necessita para fazer frente aos problemas.

O sistema de saúde do país se encontra no momento à beira do colapso. Menos de um terço da população do país tem acesso a cuidados médicos, e apenas a metade das instalações médicas está funcionando. Doenças como cólera e sarampo estão atingindo duramente as crianças.
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A única maneira de colocar um fim nessa crise humanitária é fazer terminar o conflito. Isso significaria impor com decisão uma solução política e exigir um cessar fogo imediato. Até que isso aconteça, os Estados Unidos poderiam cessar seu apoio militar ao regime saudita.

Apesar da natureza repressiva do regime saudita, por décadas os governos dos Estados Unidos têm apoiado a casa de Saud, tanto diplomática como militarmente. Só sob a administração Obama a venda de armas dos EUA para a Arábia Saudita alcançou a soma espantosa de 115 bilhões de dólares.

Preocupada com o alto índice de mortes de civis, em 12 de dezembro de 2016 a Casa Branca fez uma coisa que raramente acontece: interrompeu a venda de 16.000 kits de munições guiadas para a Arábia Saudita. Embora esse seja realmente um pequeno passo na direção certa, representa apenas uma pequenina parte do total de armas vendidas para o regime saudita.

De fato, ao mesmo tempo em que a Casa Branca anunciou que estava bloqueando esse acordo de venda de 350 milhões, o Departamento de Estado anunciou planos de venda de 48 helicópteros de carga Chinook e outros equipamentos que valem dez vezes mais.

Acrescente-se que a administração Trump, que está para tomar posse, poderia simplesmente restaurar todas as vendas. Por isso, é importante que o Congresso, que tem o poder de cancelar qualquer venda de armas, mas raramente o faz, assuma suas responsabilidades e tome uma posição.

Nunca deveria ser permitida a venda de armas para um regime tão repressivo. E hoje, quando essas armas estão levando a morte para uma criança iemenita a cada dez minutos, a venda de armas é simplesmente imperdoável. Isso tem que para. AGORA.

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Medea Benjamin é cofundadora do CODEPINK e é advogada para o grupo de advocacia para e justiça no comércio Global Exchange. É autora de Guerra de Drones (Livros OR, 2012) e desempenha papel ativo no Partido Verde dos Estados Unidos. É mestra em saúde pública e economia. Em 2012, recebeu o prêmio US Peace Memorial Foundations’s Peace Prize; também é detentora do Gandhi Peace Award de 2014.

http://www.informationclearinghouse.info/46132.htm

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