Enquanto as Nações Unidas hesitam, covardemente
submissas a Estados Unidos e Israel, o Estado judeu continua com a prática de
atividades criminosas contra a Palestina.
por Lawrence Davidson, tradução de btpsilveira
24 de março de 2017 - "Information Clearing House" Em 15 de março de
2017 a Comissão Econômica e Social para a Ásia ocidental (ESCWA na sigla em
inglês – NT) das Nações Unidas, publicou um relatório sobre o comportamento e as políticas de
Israel relacionadas à Palestina. Usando como parâmetro Lei Internacional o relatório chega à “conclusão definitiva de que o Estado
de Israel é culpado de praticar o Apartheid.”O termo “apartheid”
usado no relatório não tem um sentido meramente “pejorativo”. Foi usado para
descrever a realidade de um comportamento, escorado em fatos e evidências que
fazem aceitável o significado legal do termo.
O tumulto que o relatório causou imediatamente
nos Estados Unidos e em Israel foi tão grande que o Secretário Geral da ONU,
Antônio Guterres, em um momento de decadência moral, ordenou que o relatório
fosse retirado. O presidente da ESCWA, o diplomata jardaniano Rima Khalaf, decidiu que não poderia
fazer isso e ficar em paz com sua consciência, e preferiu apresentar sua
renúncia.
Reportagem
A cobertura inicial do jornal New York Times sobre o incidente não
chamou atenção, embora a acurácia da reportagem que, se lida atentamente, poderia
ao menos ter mostrado aos leitores do jornal as reais condições dos palestinos
sob a dominação de Israel. Em vez disso, o New
York Times chamou a atenção dos envolvidos na produção da reportagem. Por
exemplo: o jornal informou a seguir que “o relatório provocou indignação de
Israel e Estados Unidos”. A embaixadora dos EUA para a ONU, Nikki R. Haley, foi
citada como tendo declarado que “quando alguém produz relatórios falsos e
difamatórios em nome da ONU, deve mesmo renunciar.” Em nenhum lugar do relato,
o NYT informa que o que é falso são
as declarações de Haley, não o relatório da ESCWA. O New York Times tentou consertar os danos com outra cobertura sem conseguir muito.
O NYT
deveria prestar atenção o fato de que, entre os autores do relatório, está
o antigo investigador para direitos humanos Richard Falk. Ele serviu seis anos como relator especial das
Nações Unidas nos territórios ocupados. De acordo com o New York Times sua presença deixou muitos israelenses “irritados”
já que consideram que Falk é “anti semita”. Há algo de errado com um jornal
que, mesmo pensando ser o parâmetro universal do jornalismo profissional, dá
voz a essas calúnias sem avaliá-las apropriadamente. Richard Falk, que por
sinal é judeu, tem um histórico acadêmico e profissional impecável obtido no
serviço púbico. Sua reputação de honestidade e dedicação à causa dos direitos
humanos exemplifica de forma admirável a
prática dos valores judeus. Assim ele tem razão ao afirmar que “fui
vilipendiado no esforço feito para desclassificar o relatório” – um estudo que “tentou
fazer as coisas da melhor forma possível com as evidência encontradas e com a
análise legal em nível profissional”.
O comportamento israelense
Através de uma consideração objetiva, é
difícil escapar da realidade brutal das atitudes israelenses, apoiada
oficialmente pelo Estado.
Em 17 de março de 2017, ao mesmo tempo
em que se forçava a retirada do relatório da ESCWA, o Departamento de Estado
dos Estados Unidos divulgou um relatório sobre “as graves
violações contra crianças palestinas” que vivem sob ocupação israelense.
Trata-se do “relatório do país sobre condutas relacionadas aos direitos humanos”
que é divulgado anualmente pelo Departamento. Entre os problemas citados estão
condutas israelenses como detenção à revelia da lei, confissões forçadas e uso
excessivo da força, como a tortura e assassinato.
Normalmente, todo ano o Departamento de
Estado torna público o relatório. Este ano, Rex Tillerson, Secretário de Estado
de Trump, ainda não deu as caras. Claro que Trump também não publicou nenhum de
seus característicos tweets sobre a questão do comportamento bárbaro de Israel.
No
início do ano, em 08 de fevereiro, foi relatado que “Israel proibiu a entrada de gás anestésico na Faixa de
Gaza. Neste momento
já se acumulam em 200 os pacientes em Gaza que necessitam de cuidados médicos impossibilitados
pela proibição israelense.
Uma
semana mais tarde, em 14 de fevereiro de 2017, relatou-se que oficiais
israelenses estavam chantageando pacientes palestinos que pedem permissão para entrar
em Israel para tratamento médico urgente. Para um jovem de 17 anos de idade,
Gazan, que sofre de doença cardíaca congênita e necessitava do implante de uma válvula
no coração, foi dito explicitamente que para que ele deixasse Gaza e tivesse
sua operação, deveria forçosamente que cooperar com as forças de segurança e
fazer trabalho de espionagem para Israel. Ele se recusou e morreu a seguir. Ocorre
que essa tática não é nova e sempre foi usada pelos
israelenses.
Chantagear
tudo e todos
A
falência moral das Nações Unidas, desnudada pela chantagem que obrigou à
retirada do relatório da ESCWA, é resultado da negação da realidade pelo
Secretário Geral Guterres – a realidade de que Israel pratica sim, o Apartheid.
Por
outro lado, a aceitação canina de Guterres das ordens (norte)americanas e
israelenses pode vir da dependência financeira que as Nações Unidas têm em
relação a Washington ao lado da, aparente ameaça da falência financeira da ONU. Isto, por sua vez, é uma forma de chantagem
(financeira). Ironicamente, a dependência financeira da ONU em relação aos
Estados Unidos imita o que o lobby sionista faz nos corredores do Congresso dos
EUA.
Claro
que a ONU, para enfrentar os políticos dos EUA, necessitariam de uma fonte
alternativa de renda, da mesma forma que os políticos do Congresso dos EUA.
Minha esposa Janet certa vez sugeriu que a ONU deveria ter o direito de
explorar financeiramente todos os seus recursos submarinos. Não se trata de uma
má ideia. Da mesma forma, os políticos (norte)americanos deveriam receber para
o financiamento de campanha apenas os recursos provenientes do governo e não ser
forçados a se colocar à venda como fazem.
No entanto essas mudanças não estão à vista. A
realidade como a percebemos agora na Palestina vêm do fato de que os líderes políticos
(norte)americanos e israelenses dizem que não se podem dar ao luxo de mudar
seus pontos de vista corrompidos até a medula.
Lawrence Davidson é um professor de história aposentado pela Universidade
West Chester. Suas pesquisas acadêmicas estão centradas na história das relações
exteriores dos Estados Unidos com o Oriente Médio. Ele lecionava em cursos de História do Oriente
Médio, História da Ciência e História da Intelectualidade Europeia Moderna http://www.tothepointanalyses.com
Fotos de crianças palestinas mortas ou ameaçadas por Israel. Sei que as imagens são chocantes, mas até quando esse povo, que se diz escolhido por Deus continuará impunemente a matar crianças? Onde está o Deus desse povo? Ele é CEGO??? Tudo isso por um pedaço de terra? Por orgulho, desejo de dominação? Por que podem? Por que o mundo não reage?
Comentários
Postar um comentário