10/3/2017, Maria Zakharova, porta-voz do Ministério
de Relações Exteriores da Rússia, em conferência com jornalistas (via Pepe
Escobar, Facebook) [excerto] (Para ouvir ao som da Kalinka) – tradução do coletivo Vila Vudu
Jornalista: Foi
anunciado recentemente que os EUA planejam enviar a artilharia do Marine Corps
para a Síria, o que caracteriza claro afastamento da promessa do governo
anterior, de que não haveria coturnos em solo. Como Moscou reagirá a isso?
Maria Zakharova: Mas... como Moscou 'reagirá' a quê?! E de que 'governo anterior' você está falando? Que governo anterior? Nunca apresentou estratégia consistente para a Síria durante oito anos! Um dia, bombardeamos tudo; dia seguinte, nada de bombas; mais um dia, retiram-se da Síria; dia seguinte, invadimos a Síria; um dia derrubamos o governo; dia seguinte, nos acertamos com ele, para 'ação conjunta'. Essas flutuações aconteceram mês após mês...
Um lado
do governo não compreende o que o outro lado faz. A posição que é preciso
implementar na arena internacional como abordagem norte-americana consolidada
(a comunidade internacional precisa compreender essa política, porque aí se
trata de ações na arena internacional). Mas a abordagem norte-americana
consolidade nunca apareceu! Primeiro era um conceito. Depois mudaram de ideia.
Nos últimos seis meses antes das eleições, assistimos à agonia da política de
Washington para a Síria.
Por um lado, houve atividade sempre crescente na área da política exterior e, ao mesmo tempo, era atividade que nunca foi apoiada por ação em campo de militares norte-americanos. Lembram-se da distância que separava a posição de algumas forças no Departamento de Estado, e os militares norte-americanos?
Depois aconteceu evento ainda mais misterioso: seguiram em frente e abandonaram toda a política síria, sem nem ideia do que poderia acontecer, sem fim à vista. Na sequência, concentraram-se em Aleppo, mas não para resolver alguma coisa, só para inflar o mais possível a histeria e uma campanha de (des)informação orientada exclusivamente para as eleições. O que se pode dizer, se se analisa a abordagem do 'governo anterior'?”
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