"Trump está certíssimo. Tudo era monitorado"
William Binney, sentinela 'vazador' já lendário da Agência de Segurança Nacional (ASN-EUA) e criador do sistema de vigilância global da ASN) confirmou para a rede Fox News, que o presidente Trump está "certíssimo" ao denunciar que suas comunicações foram gravadas e monitoradas. Realmente, tudo era monitorado e gravado.
Como já comentamos nesse blog, Binney é o executivo da ASN-EUA que criou o programa de vigilância em massa daquela agência para coleta de informação digital, e foi o mais alto diretor técnico da agência, no comando dos 6 mil funcionários da ASN, o homem que, com 36 anos de serviços prestados à ASN é considerado "uma lenda" na própria agência e o melhor analista especialista em quebrar códigos com que a agência jamais contou; o primeiro a mapear toda a estrutura de comando e controle soviética, que, por isso, previu invasões soviéticas antes de consumadas (“nos anos 1970s, Binney decriptou o sistema de comando da União Soviética, dando aos EUA e aliados capacidade para vigiar em tempo real todos os movimentos de tropas soviéticas e o armamento atômico russo”). Binney é o verdadeiro McCoy.
Binney demitiu-se da ASN pouco depois que se fixou o modo como os EUA passaram a tratar as questões de inteligência na sequência dos ataques de 11/9/2001. Converteu-se em "sentinela 'vazador' [ing. whistleblower] depois que descobriu que elementos do programa de monitoramento de dados que ajudara a desenvolver – apelidado ThinThread ["Fio Fino"] – estavam sendo usados para espionar cidadãos norte-americanos" – como noticiou a rede PBS.
Na 2ª-feira, Binney saiu em defesa do presidente Trump, cujas denúncias pelas mídias sociais durante o fim de semana, de que o presidente Obama grampeara seus telefones e o espionara durante toda a campanha de 2016, sacudiram Washington.
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"Acho que o presidente Trump está certíssimo. Seus telefonemas e tudo que ele enviou ou recebeu por via eletrônica estavam grampeados e foram monitorados" – disse Bill Binney, veterano funcionário, por 36 anos, da Agência de Segurança Nacional dos EUA, que se demitiu da organização, como protesto, em 2001, ao programa Fox Business, na 2ª-feira.
Todas as conversas de todos com todos são monitoradas e armazenadas – disse Binney.
Mais cedo, na 2ª-feira, Binney dissera também, ao programa de rádio de Sean Hannity: "Acho basicamente que o tribunal FISA (Foreign Intelligence Surveillance Court) é totalmente irrelevante".
Os juízes do tribunal FISA "não estão sequer preocupados, e jamais se envolveram, de modo algum, com a coleta [de informações autorizada pela] Ordem Executiva n. 12.333" – Binney disse naquela entrevista por rádio. – "Tudo é feito sem conhecimento dos tribunais. Sem conhecimento sequer, do Congresso."
Binney disse também à Fox que as leis que estão sob jurisdição do tribunal FISA existem "simplesmente para ajudar na encenação" e "tentam mostrar que o governo obedece à lei, que zela pelo cumprimento das leis e que as comissões de inteligência do Senado e da Câmara, e as cortes de justiça, zelam pela legalidade do processo."
"Esse não é o principal programa de coleta de informação para a ASN-EUA" – disse Binney.
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Mas Binney não disse (nem desmentiu) que Obama teria ordenado a vigilância especial sobre Trump por objetivos políticos durante a campanha presidencial – que é o núcleo duro das acusações de Trump.
Disse contudo que eventos como publicação de detalhes de conversas telefônicas entre o presidente Trump e o primeiro-ministro da Austrália, e com o presidente do México, são evidências de que a comunidade de inteligência está jogando duro contra a Casa Branca.
"Acho que é o que está acontecendo" – disse Binney à Fox. – A prova é a conversa do presidente dos EUA, presidente Trump, com o [primeiro-ministro] da Austrália e a conversa com o presidente do México. A distribuição dessas conversas para os jornais. São conversas capturadas, basicamente, pelo programa FAIRVIEW, pela Agência de Segurança Nacional."
Binney concebeu e projetou o sistema de vigilância eletrônica da Agência de Segurança Nacional dos EUA: claro que sabe do que está falando.
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